
Mais de 2.600 protestos “No Kings” estão programados para este sábado (18) em todos os estados dos Estados Unidos contra as políticas do presidente Donald Trump sobre imigração, educação e segurança. Os organizadores afirmam que o republicano está conduzindo o país em direção a uma “autocracia” e convocaram o maior dia de mobilização desde seu retorno à Casa Branca.
Os atos criticam medidas adotadas por Trump em seu segundo mandato, como o endurecimento na fiscalização da imigração, a redução da força de trabalho federal e os cortes de financiamento a universidades de elite por causa de protestos pró-palestinos, políticas de diversidade e questões transgênero.
“Não temos reis”, afirmam os manifestantes. “Não há nada mais americano do que dizer que não temos reis e exercer nosso direito de protestar pacificamente”, declarou Leah Greenberg, cofundadora da organização Indivisible, principal articuladora das marchas.
Expectativa de milhões nas ruas
Segundo os registros de inscrições, a expectativa é que os protestos reúnam mais de 3 milhões de pessoas. Dana Fisher, professora da Universidade Americana, em Washington, e especialista em ativismo político, calcula o número com base nos eventos anteriores e nas inscrições atuais.
“Isso não vai mudar as políticas dele, mas pode encorajar autoridades eleitas em todos os níveis que se opõem a Trump”, explicou Fisher. Em junho, mais de 2.000 protestos “No Kings” ocorreram no mesmo dia em que Trump completou 79 anos e participou de um desfile militar em Washington.
Already thousands and thousands of people are out in Chattanooga, Tennessee for the peaceful NO KINGS protest in this red state.
America is tired of Trump! #NoKings pic.twitter.com/5aXHMkoDWZ
— Ed Krassenstein (@EdKrassen) October 18, 2025
Apoio político e mobilização nacional
O movimento recebeu apoio de personalidades do Partido Democrata, como o senador Bernie Sanders, a deputada Alexandria Ocasio-Cortez e a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, que perdeu a eleição presidencial de 2016 para Trump.
Segundo os organizadores, o objetivo principal do “Dia de Ação” é reforçar um senso de identidade coletiva entre cidadãos que se sentem ameaçados pelas políticas do atual governo. “Queremos mostrar que a resistência é diversa e nacional”, disse um dos coordenadores do movimento.
HAPPENING NOW: No Kings Day is officially underway! Hundreds have gathered outside the US embassy in London for a protest against the fascist Trump regime (Video: bruceh2299) pic.twitter.com/GDZjBVfMVy
— Marco Foster (@MarcoFoster_) October 18, 2025
Reação da Casa Branca e dos republicanos
Em entrevista à Fox Business na sexta-feira (17), Trump minimizou a mobilização e respondeu às críticas. “Estão se referindo a mim como um rei — eu não sou um rei”, afirmou.
O presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, classificou os atos como “um comício de ódio aos EUA”. “Veremos antifa, marxistas e pessoas que odeiam o capitalismo em plena exibição”, afirmou Johnson.
Outros republicanos também criticaram os protestos, alegando que eles poderiam incentivar a violência política, especialmente após o assassinato, em setembro, do trumpista Charlie Kirk.