“Torpedo do Juízo Final”: míssil Poseidon de Putin pode gerar tsunami radioativo; entenda

Atualizado em 30 de outubro de 2025 às 7:20
Poseidon é classificado como o “torpedo do Juízo Final”. Foto: Reprodução

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta quarta-feira (29) o teste bem-sucedido do Poseidon, um torpedo nuclear movido a energia atômica e considerado uma das armas mais letais já desenvolvidas. Segundo analistas militares, o armamento tem poder suficiente para provocar “tsunamis radioativos” e devastar cidades inteiras, razão pela qual ficou conhecido como o “torpedo do Juízo Final”.

Ainda envolto em sigilo militar, o Poseidon combina características de torpedo e drone subaquático, podendo ser lançado a partir de submarinos. O nome faz referência a Poseidon, o deus grego do mar, em alusão à sua capacidade de gerar ondas gigantes e causar destruição em massa em regiões costeiras.

Estima-se que o torpedo tenha 20 metros de comprimento, pese cerca de 100 toneladas e alcance até 10 mil quilômetros. Ele pode carregar uma ogiva nuclear de até dois megatons, o equivalente a 133 bombas de Hiroshima. O sistema é alimentado por um reator resfriado a metal líquido, o que garante autonomia para longos períodos submerso.

Especialistas em controle de armas alertam que o Poseidon desafia as normas internacionais sobre armamentos nucleares, pois amplia a capacidade ofensiva russa em uma escala sem precedentes.

Demonstração de força nuclear

“Pela primeira vez, conseguimos não apenas lançá-lo com um motor de partida a partir de um submarino lançador, mas também ativar a unidade de energia nuclear, com a qual o dispositivo operou por um determinado período de tempo”, afirmou Putin, ao confirmar o teste.

“Não há nada igual a isso”, completou o presidente russo, acrescentando que o Poseidon “não pode ser interceptado” e possui poder superior ao Sarmat, míssil intercontinental conhecido como “Satan II”.

Nos últimos dias, o Kremlin tem intensificado demonstrações de força nuclear. No dia 21 de outubro, a Rússia testou o míssil de cruzeiro Burevestnik, seguido por uma série de exercícios militares com armamentos nucleares.

Putin afirma que o desenvolvimento dessas armas é uma resposta à expansão da Otan para o leste e à decisão dos Estados Unidos de abandonar o Tratado Antimísseis de 1972, em 2001. Para analistas, os testes do Poseidon e do Burevestnik representam um recado direto ao Ocidente em meio à guerra na Ucrânia.

Nos Estados Unidos, a reação foi imediata. O presidente Donald Trump criticou os testes e afirmou que Putin deveria “encerrar a guerra na Ucrânia em vez de testar mísseis movidos a energia nuclear”.