Trama golpista: defesas jogam a toalha e dizem que Moraes foi “implacável e brilhante”

Atualizado em 10 de setembro de 2025 às 10:42
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução

Advogados que atuam no processo da trama golpista admitiram que Alexandre de Moraes, relator da ação no Supremo Tribunal Federal (STF), foi “implacável e brilhante” ao apresentar seu voto pela condenação do núcleo crucial. Para eles, já não há mais chance de absolvição dos réus, conforme informações do blog de Jussara Soares, da CNN Brasil.

Apesar do tom considerado duríssimo contra Jair Bolsonaro (PL) e outros acusados, as defesas reconheceram o preparo técnico e a inteligência de Moraes. Sob reserva, advogados destacaram que ele construiu uma narrativa ágil, pensada para facilitar o entendimento da opinião pública em um julgamento descrito como histórico.

O ministro intercalou a delação do tenente-coronel Mauro Cid com provas apresentadas pela Polícia Federal (PF), além de usar recortes, imagens, mapas e gráficos para reforçar os argumentos do Ministério Público.

Apresentação de slides feita pelo ministro Alexandre de Mores. — Foto: Reprodução/TV Justiça
Apresentação de slides feita pelo ministro Alexandre de Moraes no STF. Foto: Reprodução

Em sua manifestação, Moraes dividiu o voto em 13 pontos que narraram, em ordem cronológica, a atuação da organização criminosa pelo golpe. Ele apontou Bolsonaro como líder do esquema, organizado de forma hierarquizada entre julho de 2021 e 8 de janeiro de 2023, quando ocorreram os ataques às sedes dos Três Poderes.

Até nomes que eram vistos com chance de absolvição, como os generais Paulo Sérgio Nogueira e Augusto Heleno, foram citados por Moraes como figuras importantes na tentativa de golpe e diretamente alinhados ao ex-presidente.

A expectativa das defesas agora é conseguir, no máximo, a absolvição de parte dos cinco crimes imputados: organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. O principal foco de esperança é o ministro Luiz Fux.