Trama golpista: entenda por que Freire Gomes chega à PF para depor em desvantagem

Atualizado em 1 de março de 2024 às 7:51
Jair Bolsonaro e Freire Gomes. Foto: reprodução

O ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, enfrenta uma situação de desvantagem ao prestar depoimento à Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (1°). Surgem incertezas sobre o seu envolvimento nas discussões de uma minuta que abordava uma possível intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), conforme informações da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.

Ele é o último dos ex-comandantes a prestar depoimento após a operação Tempus Veritatis, que expôs evidências de uma tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ex-ministros e oficiais das Forças Armadas.

Sendo o último a se manifestar, Freire Gomes terá que confrontar as versões já apresentadas pelos ex-comandantes da Marinha, Almir Garnier, e da Aeronáutica, Carlos Eduardo Baptista Júnior. Este último contribuiu significativamente com informações novas durante seu depoimento, de acordo com investigadores da PF.

Freire Gomes é mencionado 63 vezes na representação que fundamentou a operação, principalmente em diálogos com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Áudios e transcrições indicam que Cid informou Freire Gomes sobre reuniões no Palácio do Planalto para discutir um golpe, mas não revelam as respostas do então comandante a essas informações.

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O general Freire Gomes. Foto: reprodução

Embora os investigadores não revelem se Freire Gomes forneceu respostas ou se serão usadas para confrontá-lo, garantem ter novos elementos para persuadir o general a revelar tudo o que sabe.

Outro ponto crucial a ser abordado são as informações prestadas pelo general Estevam Theophilo, que, durante seu tempo no Comando de Operações Terrestres (Coter), teria prometido apoiar um golpe de Estado a Bolsonaro, conforme a delação de Mauro Cid.

Theophilo, por sua vez, afirmou ter se reunido com Bolsonaro por ordem do ex-comandante do Exército durante seu depoimento na última sexta-feira (23).

Além disso, os investigadores também devem questionar Freire Gomes sobre sua inação diante da mobilização de militantes bolsonaristas acampados na porta do quartel-general do Exército em Brasília.

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