Trama golpista: próximo julgamento no STF deve ser o núcleo da desinformação; veja os detalhes

Atualizado em 16 de setembro de 2025 às 11:54
Primeira Turma do STF julga denúncia sobre trama golpista. Foto: Gustavo Moreno/STF

O núcleo da trama golpista de 2022 acusado de espalhar desinformação contra as urnas eletrônicas e atacar autoridades deve ser o próximo a ter julgamento marcado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O prazo para as defesas dos sete réus apresentarem suas alegações finais se encerra nos próximos dias, e o ministro Alexandre de Moraes pode pedir a data de julgamento em seguida, repetindo o ritmo do núcleo central.

Quem está no núcleo da desinformação?

O núcleo de operações estratégicas de desinformação é formado por ex-integrantes de escalões inferiores do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), militares do Exército e acusados de disseminar ataques contra as eleições.

Entre eles está Carlos Cesar Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, contratado pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, para conduzir uma auditoria sobre as urnas eletrônicas em meio à ofensiva de Jair Bolsonaro contra o TSE.

Também compõem o grupo: Ailton Barros (capitão expulso do Exército), Ângelo Denicoli (major da reserva), Giancarlo Gomes Rodrigues (sargento do Exército), Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel do Exército), Reginaldo Vieira de Abreu (coronel do Exército) e Marcelo Bormevet (policial federal).

Os sete acusados de integrar o chamado ‘núcleo da desinformação’. Foto: Reprodução/TV Globo

Meta do STF é julgar todos os réus ainda neste ano

Moraes já afirmou que pretende concluir todos os julgamentos relacionados à trama golpista até o fim de 2025. Essa expectativa foi reforçada em discurso de mais de 30 minutos na reabertura do Judiciário, no início do semestre. A estratégia busca evitar que os processos contaminem o calendário eleitoral de 2026.

O núcleo de desinformação, embora seja o quarto na ordem da denúncia, avançou mais rápido porque teve a fase de instrução encerrada antes dos demais. Nessa etapa, foram colhidas provas como oitivas de testemunhas, interrogatórios e perícias.

Sessões presenciais ou virtuais ainda em discussão

O STF ainda avalia se manterá os julgamentos presenciais, como o que condenou Jair Bolsonaro e outros sete réus, ou se migrará para o formato virtual. No núcleo central, por exemplo, as defesas entregaram suas alegações finais em 13 de agosto e, já no dia seguinte, Moraes pediu ao presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, o agendamento da sessão.

Zanin segue no comando da Primeira Turma até o fim de setembro, quando será substituído por Flávio Dino, que deverá conduzir parte dos próximos julgamentos.

Outros núcleos ainda aguardam julgamento

Além do de desinformação, a trama golpista tem mais três núcleos: o de gerenciamento de ações, que inclui o general Mário Fernandes, acusado de tramar o assassinato de autoridades; o de ações coercitivas, com dez militares; e o de operações específicas. O golpista Paulo Figueiredo também foi denunciado, mas terá julgamento separado.