
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta terça-feira (21) para condenar os sete réus do Núcleo 4 da trama golpista investigada por ações de desinformação durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ministra Cármen Lúcia proferiu o voto que consolidou o placar de 3 a 1 pela condenação.
Em seu voto, a ministra afirmou que “o núcleo de desinformação promoveu um conjunto de práticas delituosas que levou à intimidação sutil e eficiente, produzida pelas mídias sociais. Com as mensagens falsas, direcionadas, assolou-se a irritabilidade política, como campo minado nas relações sociais”. Os ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin acompanharam o entendimento.
O ministro Luiz Fux abriu divergência e votou pela absolvição dos acusados. A sessão prossegue com o voto do presidente da Primeira Turma, ministro Flávio Dino, que concluirá o julgamento.
A 1ª do STF condenou por maioria, 4 votos a 1, o núcleo quatro da trama golpista, acusado de disseminar desinformação contra o processo eleitoral. O núcleo quatro é formado por sete réus por tentativa de golpe de Estado, incluindo cinco militares, todos do Exército, e um agente… pic.twitter.com/8KpePP02Js
— GloboNews (@GloboNews) October 21, 2025
Entre os réus estão Ailton Gonçalves Moraes Barros, Ângelo Martins Denicoli, Giancarlo Gomes Rodrigues, Guilherme Marques de Almeida, Reginaldo Vieira de Abreu, Marcelo Araújo Bormevet e Carlos Cesar Moretzsohn Rocha. A maioria pertence à reserva do Exército, e um deles é policial federal.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o grupo de integrar uma organização criminosa armada dedicada à disseminação de notícias falsas sobre o processo eleitoral e ataques virtuais a instituições e autoridades em 2022. Eles respondem por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Após a definição sobre a condenação, os ministros do STF vão decidir as penas de cada réu. Mesmo que o resultado seja pela condenação, as prisões não serão automáticas, e as defesas poderão recorrer das decisões.