Trump abre investigação contra Harvard e mais 5 universidades

Atualizado em 23 de julho de 2025 às 16:12
Donald Trump, presidente dos EUA. Foto: Jim Watson/AFP

O governo de Donald Trump intensificou nesta quarta-feira (23) sua campanha contra instituições de ensino superior nos Estados Unidos, anunciando a abertura de investigações contra a Universidade de Harvard e outras cinco universidades por supostas violações às políticas de imigração e direitos civis.

O Departamento de Estado notificou a Universidade de Harvard sobre uma investigação ao seu programa de visitantes de intercâmbio, questionando a elegibilidade da instituição como patrocinadora de vistos.

Em documento enviado ao reitor, o governo Trump argumenta que os programas devem ser conduzidos “de forma que não prejudique os objetivos da política externa ou comprometa os interesses de segurança nacional dos Estados Unidos”.

Segundo o The New York Times, o secretário de Estado Marco Rubio deu um prazo de uma semana para Harvard entregar registros de estudantes estrangeiros. O Departamento planeja entrevistar funcionários associados ao programa e pode convocar titulares de vistos. “A investigação garantirá que os programas não sejam contrários aos interesses dos Estados Unidos”, diz o comunicado.

Paralelamente, o Departamento de Educação anunciou investigações contra:
– Universidade de Louisville;
– Universidade de Nebraska Omaha;
– Universidade de Miami;
– Universidade de Michigan;
– Universidade Western Michigan.

Fachada da Universidade de Harvard, nos EUA. Foto: reprodução

As instituições são acusadas de discriminar cidadãos estadunidenses ao conceder bolsas de estudo exclusivamente para beneficiários do programa Ação Diferida para Chegadas na Infância (DACA) ou imigrantes sem documentos.

O secretário adjunto interino para os Direitos Civis, Craig Trainor, afirmou: “Nem as políticas de ‘América em primeiro lugar’ […] permitem que as universidades neguem aos nossos concidadãos a oportunidade de concorrer a bolsas de estudo por terem nascido nos Estados Unidos”.

A ofensiva contra Harvard ganhou força neste mês quando Trump declarou: “Harvard tem sido muito ruim – totalmente antissemita”. O Departamento de Segurança Interna já havia enviado intimações compulsórias à universidade, acusando-a de permitir que “estudantes estrangeiros abusem de seus privilégios de visto e defendam a violência e o terrorismo no campus”, em referência aos protestos sobre o conflito em Gaza.

Em resposta, Harvard afirmou que “as intimações do governo são injustificadas”, mas continuará cooperando com obrigações legais. A universidade classificou as ações como “retaliatórias” e disse defender sua comunidade contra “interferência prejudicial do governo”.