Na manhã desta segunda (11), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma intervenção federal na segurança de Washington D.C. O motivo seria o combate à violência na cidade, incluindo a remoção de sem-teto e criminosos.
Trump alegou que a capital dos EUA está vivendo uma “trágica emergência de segurança” e afirmou que a situação justifica o envio de 800 tropas da Guarda Nacional e a subordinação da polícia local à supervisão federal.
“Washington DC deveria ser um dos lugares mais seguros e bonitos do mundo, mas há alguns anos não é mais. A esquerda radical saiu do controle, porque os democratas não querem segurança”, disse Trump em coletiva na Casa Branca.
O republicano citou a alta taxa de homicídios na cidade como exemplo da crise, apesar de dados oficiais mostrarem que ela, em geral, está em queda. Em 2024, a criminalidade em Washington D.C. atingiu o menor nível em 30 anos, e o crime violento caiu 26%, segundo o Departamento de Polícia local.
A intervenção de Trump, que inclui o envio de tropas da Guarda Nacional, é vista como uma medida extraordinária. A instituição é uma força híbrida que, normalmente, opera sob o comando dos estados, mas pode ser convocada para missões federais.
O presidente usou a “Homerule Act”, uma lei federal que permite a intervenção da Guarda Nacional em três situações específicas, como ameaça de rebelião ou a impossibilidade do governo federal de cumprir suas funções.
A medida foi tomada em um momento em que Trump já expressava, desde o início do ano, seu desejo de colocar Washington D.C. sob controle federal. A ação é interpretada como uma tentativa de centralizar ainda mais o poder do governo federal na segurança de áreas sob controle democrático.
Na ocasião, Trump também fez comentários sobre os sem-teto na cidade, afirmando que o governo ofereceria abrigo a essas pessoas “longe” de Washington D.C. O presidente ainda garantiu que a capital seria “libertada” da violência e da “imundície”.
O mandatário se vangloriou de seus sucessos na fronteira dos EUA, afirmando que ela “foi consertada rapidamente” e que Washington D.C. seria a próxima a ser “grande novamente”. Ele ainda criticou o que vê como uma falha na segurança pública sob a liderança local.
O uso de tropas da Guarda Nacional não se limita a Washington D.C. Desde que retornou à Casa Branca, Trump já enviou mais de duas mil tropas para Los Angeles, para conter protestos contra suas políticas de imigração, contra a vontade do governador da Califórnia, Gavin Newsom. Essa dinâmica de intervenção federal sem a autorização de governos estaduais é uma questão que continua a gerar polêmica no país.