Trump anuncia retomada de testes nucleares nos EUA após três décadas

Atualizado em 14 de novembro de 2025 às 23:51
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que o país “começará em breve” a realizar novos testes nucleares, retomando uma prática abandonada desde 1992. A declaração foi feita nesta sexta-feira (14), a bordo do Air Force One.

Ao justificar a decisão, Trump afirmou que os EUA “farão testes nucleares como outros países fazem” e argumentou que Washington precisa “se igualar” a seus competidores estratégicos. “Eu não quero entrar em detalhes sobre isso, mas faremos testes nucleares assim como outros países”, declarou.

O republicano disse ainda que os Estados Unidos possuem “mais armas nucleares do que qualquer outro país”, colocando a Rússia em “segundo lugar” e a China como “um distante terceiro”, que poderia alcançar os EUA “em quatro ou cinco anos”.

Apesar do anúncio, Trump afirmou desejar “avançar para a desnuclearização” e citou a possibilidade de um acordo trilateral entre EUA, Rússia e China. “Seria a melhor coisa”, disse.

Moscou rebate acusações de retomada de testes

A fala de Trump ocorre em meio a tensões renovadas com Moscou. No início da semana, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, negou que Rússia e China tenham retomado testes nucleares e classificou as acusações americanas como “sem relação com a realidade”.

Lavrov ressaltou que Rússia e EUA participam de um sistema internacional de monitoramento de explosões subterrâneas, garantindo transparência entre as potências. Reforçou ainda que Putin não ordenou o reinício de testes nucleares, apenas uma avaliação técnica das capacidades existentes, algo permitido pelos tratados internacionais.

Western powers hit Putin and Lavrov with sanctions
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e o presidente Vladimir Putin. Foto: Reprodução

Risco de ruptura de acordos internacionais

A decisão dos EUA de retomar testes pode violar o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT), do qual Washington é signatário, embora não tenha ratificado.

O Conselho de Segurança Nacional da Rússia afirmou que a medida ameaça a estabilidade estratégica global. Já a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) alertou que novos testes podem enfraquecer a segurança internacional.