Trump anuncia seu “Bolsa Família”: pagamento de US$ 2 mil por pessoa com receita de tarifas

Atualizado em 9 de novembro de 2025 às 12:13
Donald Trump e suas tarifas

Em meio a uma série de postagens publicadas na manhã de domingo (9) em sua rede Truth Social, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que a maior parte dos americanos receberá um pagamento de US$ 2 mil proveniente da arrecadação de tarifas impostas por seu governo.

Segundo ele, o valor seria depositado como um “dividendo”, excluindo contribuintes de renda mais alta. Trump não detalhou critérios, datas ou a forma de implementação da promessa, que exigiria aval do Congresso.

A declaração ocorreu dias depois de o presidente participar de um jantar em Mar-a-Lago, enquanto o país enfrenta o mais longo shutdown da história. Com milhões de famílias recorrendo a bancos de alimentos, o evento oferecia pratos como filé de carne, vieiras e sobremesas diversas.

Paralelamente, Trump intensificou a defesa de sua política tarifária, classificando críticos como “tolos” e afirmando que os EUA vivem um momento de “respeito global”, “baixa inflação” e “recordes” na bolsa de valores.

Dados do Departamento do Tesouro mostram que, nos primeiros três trimestres do ano, a arrecadação com tarifas somou US$ 195 bilhões.

Mesmo assim, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, já havia indicado que a prioridade do governo é usar esse dinheiro para amortizar a dívida pública, atualmente em torno de US$ 38 trilhões. No domingo, Trump declarou que pretende “começar a pagar” o que chamou de “dívida enorme”.

Trump anuncia programa no Truth Social

O anúncio ocorre no momento em que a Suprema Corte analisa a legalidade das tarifas impostas por Trump com base em poderes emergenciais.

Três tribunais inferiores consideraram a medida irregular, e os ministros demonstraram ceticismo durante as sustentações orais. Em resposta, o presidente insistiu que tem autoridade para impor tarifas por segurança nacional, argumentando que outros países taxam produtos americanos e que a política teria atraído investimentos ao país.

A agenda econômica do governo também tem priorizado o discurso da “acessibilidade”, reforçado após vitórias democratas em eleições estaduais.

Trump acusou o partido adversário de usar o tema de forma “enganosa”, enquanto republicanos próximos ao governo apontam que o desempenho do prefeito eleito de Nova York, Zohran Mamdani, fortaleceu a percepção pública sobre custo de vida como eixo central do debate eleitoral.