
A reação foi imediata depois que Donald Trump atacou um grupo de parlamentares democratas, afirmando que eles teriam cometido “comportamento sedicioso, punível com morte”, e defendendo que fossem presos. A acusação veio após a divulgação de um vídeo em que os congressistas dizem a militares que não cumpram ordens ilegais.
O material, publicado na terça-feira, reúne seis parlamentares com histórico nas Forças Armadas ou na área de inteligência: as senadoras Elissa Slotkin e Mark Kelly, e os deputados Maggie Goodlander, Chris Deluzio, Chrissy Houlahan e Jason Crow. No vídeo, eles lembram que todos os integrantes das Forças Armadas juram defender a constituição e reforçam que militares podem — e devem — recusar ordens que violem a lei.
A fala irritou Trump, que escreveu no Truth Social: “Isso é comportamento sedicioso no mais alto nível. Cada um desses traidores deveria ser preso e levado a julgamento.” Em seguida, publicou novas mensagens dizendo que as declarações dos parlamentares eram “perigosas”, repetiu que se tratava de “comportamento sedicioso, punível com morte” e ainda compartilhou uma postagem que dizia: “Enforquem eles — George Washington o faria!”
O líder democrata da Câmara, Hakeem Jeffries, a líder da minoria Katherine Clark e o presidente do caucus democrata, Pete Aguilar, divulgaram nota denunciando as declarações. Segundo eles, os parlamentares citados serviram ao país com dedicação e não podem ser alvo de ameaças de morte feitas pelo presidente. O grupo afirmou também que já acionou o sargento de armas da Câmara e a polícia do Capitólio para reforçar a proteção aos congressistas e suas famílias.
Os parlamentares que aparecem no vídeo divulgaram outra nota conjunta. Eles lembraram que assumiram o compromisso de defender a constituição e que esse compromisso permanece após deixarem a ativa. Afirmaram ainda que não serão intimidados e que o presidente está atacando exatamente o ato de reafirmar o que a lei já determina.
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, criticou Trump duramente e escreveu no X: “O presidente dos Estados Unidos está pedindo a execução de autoridades eleitas.”
Let’s be crystal clear: the President of the United States is calling for the execution of elected officials.
This is an outright THREAT.
Every Senator, every Representative, every American—regardless of party—should condemn this immediately and without qualification. pic.twitter.com/bITddfCMrw
— Chuck Schumer (@SenSchumer) November 20, 2025
Enquanto isso, o presidente da Câmara, Mike Johnson, saiu em defesa de Trump. Para ele, o vídeo dos democratas foi “impróprio” e colocou militares em posição de questionar ordens. Johnson afirmou ao Independent que Trump estava “definindo o crime de sedição”, embora tenha dito que advogados precisarão analisar os detalhes.
Na Casa Branca, a secretária de imprensa Karoline Leavitt afirmou que o presidente não deseja executar parlamentares democratas. Segundo ela, a reação de Trump foi motivada pelo fato de congressistas terem gravado um vídeo estimulando militares a desafiar ordens do comandante-em-chefe. Leavitt disse ainda que romper a cadeia de comando pode causar mortes e gerar caos.