Trump chega à Malásia e deve se reunir com Lula para discutir tarifas, comércio e sanções

Atualizado em 25 de outubro de 2025 às 23:59
O presidente dos EUA afirmou que quer encontrar o mandatário brasileiro em meio à Asean Summit para começar a negociar o tarifaço. Chip Somodevilla/Getty Imagens

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desembarcou na manhã deste domingo (26) na Malásia, onde participa da 47ª Cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático). O encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), embora ainda não conste na agenda oficial, é tratado como praticamente confirmado por integrantes do governo brasileiro.

Trump foi recebido pelo primeiro-ministro malaio, Anwar bin Ibrahim, e chegou a dançar brevemente durante a recepção com apresentação cultural local. Segundo fontes do Palácio do Planalto, a reunião entre os dois líderes está prevista para ocorrer por volta das 18h no horário local (7h em Brasília). A expectativa é de que o diálogo inaugure uma nova fase nas relações entre Brasil e Estados Unidos, atualmente marcadas por divergências comerciais.

A Malásia é considerada pelo governo brasileiro um “terreno neutro” para o início das negociações sobre o tarifaço de 50% imposto pelos EUA a produtos brasileiros. O Brasil deve propor concessões no setor de carnes, enquanto Trump deve priorizar a abertura do mercado brasileiro para etanol norte-americano e a desregulação de big techs.

Lula, presidente do Brasil. Foto: reprodução

Nos bastidores, diplomatas afirmam que a reunião não foi incluída na agenda oficial de Trump para evitar interferências e especulações em caso de cancelamento. No entanto, tanto Lula quanto o presidente norte-americano confirmaram publicamente o interesse no encontro. “Eu acredito que vamos nos encontrar de novo. Nos vimos brevemente na ONU”, disse Trump a jornalistas. Questionado sobre a possibilidade de reduzir as tarifas, respondeu que isso poderia ocorrer “sob as circunstâncias corretas”.

Lula, que chegou antes a Kuala Lumpur, reafirmou seu otimismo quanto à negociação. “Espero que o encontro aconteça. Vim com a disposição de que possamos encontrar uma solução. Tudo depende da conversa”, declarou o petista. A reunião acontece em meio a um cenário internacional tenso, marcado pela ofensiva dos EUA na Venezuela e pelo impacto econômico das medidas comerciais de Washington.

Caso o diálogo avance, será o segundo encontro direto entre Lula e Trump em 2025, após a breve conversa entre ambos nos bastidores da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York. O governo brasileiro acredita que as negociações podem abrir caminho para a normalização das relações e um possível acordo econômico bilateral até o primeiro semestre de 2026.