Durante uma reunião na Casa Branca nesta segunda-feira (18), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ao presidente da França, Emmanuel Macron, que acredita que o líder russo Vladimir Putin “quer fazer um acordo” por sua mediação. A declaração foi feita em tom confidencial, mas captada por um microfone de alta definição momentos antes do início da reunião com líderes europeus. Com informações do g1.
“Acho que ele quer fazer um acordo por mim, entende? Por mais louco que pareça”, disse Trump a Macron, antes de iniciar o encontro formal.
De acordo com um diplomata da União Europeia presente na reunião, Trump interrompeu a conversa com os líderes europeus para telefonar diretamente a Putin. O Kremlin confirmou a ligação, que teria durado cerca de 40 minutos.
Em postagem na Truth Social, Trump revelou que negocia um encontro entre Putin e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ainda sem data ou local definidos. Ele afirmou que participaria do encontro em um segundo momento.
Apesar do otimismo demonstrado por Trump, Zelensky e os sete líderes europeus presentes deixaram claro que qualquer acordo precisa incluir garantias reais de que a Rússia não voltará a invadir a Ucrânia.
A reunião ocorreu três dias após um encontro direto entre Trump e Putin, realizado em uma base militar no Alasca. A visita de Putin aos EUA foi a primeira em quase dez anos, sendo vista como uma vitória simbólica para o líder russo, isolado desde a invasão da Ucrânia.
Quem participou do encontro na Casa Branca:
- Emmanuel Macron (França)
- Keir Starmer (Reino Unido)
- Friedrich Merz (Alemanha)
- Ursula von der Leyen (Comissão Europeia)
- Mark Rutte (Otan)
- Giorgia Meloni (Itália)
- Alexander Stubb (Finlândia)
Tom da reunião foi menos tenso que o anterior
O encontro desta segunda-feira teve um tom mais diplomático em comparação à última reunião, realizada em 28 de fevereiro, quando houve atritos públicos entre Trump e Zelensky. Desta vez, os líderes adotaram um discurso mais consensual, apesar das divergências ainda existentes.
Trump elogiou o andamento das conversas, dizendo: “Tivemos um dia de muito sucesso até o momento. Acho que chegaremos a um comum acordo hoje.”
Zelensky foi elogiado por um repórter por usar um paletó formal durante o encontro no Salão Oval — algo que contrasta com sua vestimenta militar habitual, destacando um esforço para suavizar o clima da reunião.
Segundo a equipe de Trump, Putin aceitou, em princípio, que os EUA e seus aliados europeus possam prover garantias de segurança à Ucrânia, caso um cessar-fogo seja firmado. Esse acordo poderia seguir moldes semelhantes ao Artigo 5 da Otan, que estabelece defesa mútua em caso de agressão.
Durante a reunião, Macron e Merz defenderam um cessar-fogo imediato. Macron ressaltou que o conflito afeta todo o continente europeu e pediu que os líderes da região sejam incluídos em qualquer cúpula tripartite planejada entre Trump, Putin e Zelensky.
Já a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni questionou: “Como garantir que uma nova invasão russa não aconteça? Essa é a condição prévia para qualquer tipo de paz.”