
O governo dos Estados Unidos, sob Donald Trump, comunicou a aliados de Jair Bolsonaro que as sanções contra o Brasil devem ser ampliadas já na próxima semana. A ameaça surge como resposta à decisão do Supremo Tribunal Federal que impôs medidas cautelares e o uso de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente, aprofundando o isolamento do bolsonarismo no cenário interno e elevando a pressão internacional sobre as instituições democráticas brasileiras.
De acordo com interlocutores do governo americano ouvidos por bolsonaristas, Trump teria classificado a decisão do ministro Alexandre de Moraes como uma “declaração de guerra” contra ele e os Estados Unidos. Entre as sanções cogitadas estão o aumento das tarifas de importação de produtos brasileiros de 50% para 100%, medidas conjuntas com a Otan e restrições tecnológicas como o bloqueio de acesso a satélites e ao sistema GPS.
Além disso, o governo Trump estuda aplicar a Lei Magnitsky contra Moraes e outros ministros do STF, o que poderia implicar em sanções financeiras pessoais e restrições diplomáticas. As ameaças, embora vistas como tentativa de ingerência sobre o Brasil, alimentam o discurso da extrema direita bolsonarista, que busca apoio externo para desestabilizar o sistema judiciário e fragilizar a democracia.

As investidas de Trump em apoio a Bolsonaro ocorrem justamente no momento em que o ex-presidente brasileiro enfrenta o cerco da Justiça por sua participação em articulações golpistas. Bolsonaro cumpre agora medidas restritivas severas, como o monitoramento eletrônico, o recolhimento domiciliar noturno e a proibição de comunicação com outros investigados, incluindo seu filho Eduardo Bolsonaro.
Em paralelo, bolsonaristas tentam transformar o embate jurídico em narrativa de perseguição política, buscando deslegitimar o Supremo Tribunal Federal e projetar no cenário internacional um conflito artificial entre o Brasil e os EUA. A estratégia visa tensionar o ambiente político interno, sobretudo em um contexto de enfraquecimento das lideranças da extrema direita no país.
Mesmo diante das ameaças externas, o STF e as instituições brasileiras mantêm firmeza na defesa da soberania nacional e da democracia. As tentativas de interferência estrangeira não encontram respaldo no campo democrático brasileiro, que repudia qualquer tipo de pressão internacional sobre as decisões do Judiciário.