
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concedeu perdão e ordenou a libertação do ex-presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, que estava preso em uma penitenciária em Hazelton, Virgínia Ocidental. A decisão foi anunciada pela Casa Branca nesta terça-feira (2), após a soltura de Hernández na segunda-feira (1).
O ex-líder hondurenho, que havia sido condenado por envolvimento com cartéis de drogas, agora se vê livre após quase quatro anos de encarceramento. Em uma declaração oficial, a esposa de Hernández comemorou a decisão, destacando a dor e a espera que marcaram esse período difícil.
“Após quase quatro anos de dor, espera e difíceis provações, o meu marido Juan Orlando Hernández voltou a ser um homem livre graças ao perdão presidencial concedido pelo presidente Donald Trump”, disse ela, aliviada com o fim da prisão de seu marido.
A decisão de Trump gerou surpresa e choque tanto nos Estados Unidos quanto no cenário internacional. Hernández foi acusado de aceitar subornos do notório líder do cartel mexicano de Sinaloa, Joaquín “El Chapo” Guzmán, e de “gerenciar o país como se fosse um narco-Estado”, conforme reportado pelo New York Times.
A libertação do ex-presidente hondurenho foi vista como uma medida controversa e politicamente sensível. A medida de Trump também causou reações negativas de líderes internacionais, como o presidente colombiano Gustavo Petro, que classificou a ação como “desmoralizante”.

A decisão levanta questões sobre os vínculos entre o narcotráfico e a política em Honduras, um país que enfrentou desafios significativos relacionados ao tráfico de drogas durante o governo de Hernández.
A libertação de Hernández ocorre em um contexto político delicado em Honduras, logo após as eleições presidenciais realizadas no domingo (30). Com 57% das urnas apuradas, os candidatos Nasri Asfura, do Partido Nacional (conservador), e Salvador Nasralla, do Partido Liberal, estão em um empate técnico, com cerca de 40% dos votos cada.
A eleição foi marcada por intensas disputas, e o resultado ainda permanece incerto. Trump, durante seu mandato, apoiou de maneira ativa Nasri Asfura, candidato do mesmo partido de Hernández, o Partido Nacional.
O presidente dos EUA manteve estreitas relações com Hernández durante sua presidência, o que levanta especulações sobre o caráter político do perdão concedido agora. A conexão entre Washington e o governo hondurenho foi marcada por uma cooperação em temas como segurança e combate ao narcotráfico.
Juan Orlando Hernández, que governou Honduras de 2014 a 2022, foi condenado por um tribunal dos EUA por colaborar com cartéis de drogas, facilitando o envio de grandes quantidades de cocaína para os Estados Unidos.