Trump confirma ações terrestres em países latino-americanos para “muito em breve”

Atualizado em 23 de outubro de 2025 às 20:37
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversam com a imprensa na Casa Branca – Jim Watson/AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (23) que o país realizará “operações terrestres” contra cartéis de drogas latino-americanos “muito em breve”. A declaração, feita na Casa Branca, aumenta a tensão diplomática com a Venezuela, embora o republicano não tenha citado diretamente o governo de Nicolás Maduro. Com informações da Folha

Trump afirmou que os EUA estão “muito insatisfeitos com Caracas” e que a CIA recebeu autorização para realizar operações secretas em solo venezuelano. O secretário de Estado, Marco Rubio, e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, têm defendido o uso da força para derrubar o regime de Maduro.

Hegseth comparou as facções narcotraficantes latino-americanas a grupos terroristas como Al Qaeda e Estado Islâmico, afirmando que o Pentágono “vai rastreá-las, caçá-las e eliminá-las”. Trump reforçou que “não precisa declarar guerra” para agir contra quem leva drogas aos EUA e prometeu “matar quem tentar trazer entorpecentes” para o país.

A declaração ocorre após uma série de ataques a embarcações no Caribe e no Pacífico que deixaram ao menos 37 mortos. A Casa Branca tenta justificar os ataques como parte de uma guerra contra o narcotráfico, embora especialistas em direito internacional alertem que a medida viola tratados e princípios da ONU.

O governo Trump argumenta que os EUA estão “em conflito armado” com os cartéis latino-americanos, uma interpretação contestada por parlamentares republicanos e democratas. O senador Rand Paul afirmou que qualquer ação militar na região precisa de autorização formal do Congresso.

O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, respondeu que qualquer incursão dos EUA em território venezuelano “fracassará”, afirmando que o país está preparado para reagir a tentativas de invasão. Até o momento, o Itamaraty e outros governos da América do Sul não se pronunciaram oficialmente sobre a nova escalada norte-americana.