Trump diz que nova tarifa para o Brasil será anunciada até amanhã

Atualizado em 9 de julho de 2025 às 16:02
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Pete Marovich

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (9) que pretende anunciar, ainda hoje ou até amanhã, novas tarifas comerciais contra o Brasil.

“O Brasil, por exemplo, não tem sido bom conosco, nada bom. Vamos divulgar um número referente ao Brasil, acho que ainda esta tarde ou amanhã de manhã”, declarou durante um evento com líderes da África Ocidental na Casa Branca.

Trump iniciou, nesta quarta-feira, o envio de uma nova rodada de cartas a parceiros comerciais, notificando países sobre tarifas mínimas entre 25% e 40% para produtos importados, com vigência a partir de 1º de agosto.

Ao ser questionado sobre os critérios utilizados para definir as taxas, respondeu: “Baseada no bom senso, baseada em déficits, baseada em como temos nos saído ao longo dos anos e baseada em números brutos. Eles são baseados em fatos muito, muito substanciais e também em história passada.”

Além do Brasil, sete países já foram notificados nesta segunda fase: Argélia, Brunei, Filipinas, Iraque, Líbia, Moldávia e Sri Lanka. Só na segunda-feira (7), outras 14 nações já haviam recebido comunicados. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que mais cartas seriam enviadas nos próximos dias.

Semana de embate

A fala de Trump ocorre em meio a um momento tenso nas relações entre EUA e Brasil. A Embaixada americana endossou críticas de Trump ao Judiciário brasileiro, afirmando que a “perseguição política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é “vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas do Brasil”.

Após a declaração, o Ministério das Relações Exteriores informou que convocará o encarregado de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, para prestar esclarecimentos sobre a nota oficial em apoio a Bolsonaro.

O presidente Lula (PT) ainda criticou iniciativas unilaterais de países desenvolvidos que impõem regras ao comércio internacional. Sem citar diretamente os Estados Unidos, o petista afirmou: “Não aceitamos intromissão de quem quer que seja. Nós defendemos o multilateralismo.”