Trump diz que “ódio tremendo” entre Putin e Zelensky inviabiliza acordo de paz

Atualizado em 25 de outubro de 2025 às 20:14
Donald Trump, presidente dos EUA, falando em microfone e apontando pra frente, em close
Donald Trump, presidente dos EUA – Reprodução

Durante o voo para a Malásia, onde participará da 47ª Cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o “ódio tremendo” entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky tem impedido qualquer possibilidade de acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. O republicano disse estar “decepcionado” com a postura do presidente russo e com a falta de avanços nas conversas diplomáticas.

“Temos que saber que vamos fechar um acordo. [Então] Não vou perder meu tempo. Sempre tive um ótimo relacionamento com Vladimir Putin, mas isso tem sido muito decepcionante”, declarou Trump a jornalistas a bordo do Air Force One. Ele comparou a guerra na Ucrânia com outras negociações internacionais, dizendo ter esperado que a paz entre os dois países viesse antes até de acordos no Oriente Médio.

Trump afirmou ainda que a falta de progresso não se deve apenas a questões estratégicas, mas também ao nível de hostilidade pessoal entre os líderes. “Eu poderia dizer que quase todos os acordos que já fiz teriam sido mais difíceis do que com a Rússia e a Ucrânia, mas não foi bem assim. Há muito ódio entre os dois, e entre Zelensky e Putin, um ódio tremendo”, ressaltou o presidente americano.

Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Foto: Reprodução

O republicano também indicou que não pretende fornecer mísseis de longo alcance à Ucrânia neste momento, defendendo que os esforços diplomáticos devem prevalecer sobre novas escaladas militares. A declaração reforça a posição dos Estados Unidos de buscar uma solução negociada, embora com medidas de pressão econômica contra Moscou.

Em outro trecho da conversa, Trump disse esperar apoio da China para conter a Rússia. “Eu adoraria que a China nos ajudasse com a Rússia. Impusemos sanções muito pesadas, muito severas, mas eu gostaria de ver a China nos ajudar”, afirmou. O presidente destacou ainda manter um bom relacionamento com o líder chinês Xi Jinping, a quem atribuiu um papel estratégico para reduzir as tensões globais.

As declarações de Trump ocorrem às vésperas do seu encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, previsto para este fim de semana na Malásia. O diálogo deve incluir pautas sobre comércio bilateral e segurança internacional, em meio às tentativas de Washington de reposicionar sua influência na Ásia e na América do Sul.