Trump diz que Zelensky “quer fazer um acordo” para fim da guerra na Ucrânia

Atualizado em 8 de dezembro de 2024 às 15:16
Presidente francês, Emmanuel Macron, recebe em Paris o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (esq.), e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (dir.), no primeiro encontro entre os dois desde a eleição de Trump para um segundo mandato na Casa Branca. (07/12/2024) © Aurelien Morissard / AP

Na ocasião da cerimônia de reabertura da catedral Notre-Dame de Paris, na noite deste sábado (7), Trump e Zelensky tiveram uma reunião por iniciativa do presidente francês, Emmanuel Macron, que também participou das discussões estratégicas, no palácio do Eliseu.

Foi a primeira conversa face a face entre Trump e Zelensky desde a eleição do republicano para um segundo mandato nos Estados Unidos, em novembro.

Assim que retornou a Washington, o líder republicano escreveu, em sua plataforma Truth Social, que o presidente ucraniano estaria interessado em um acordo para acabar com a guerra contra a Rússia em seu país.

“Zelensky e a Ucrânia gostariam de fazer um acordo e acabar com a loucura. Eles perderam ridiculamente 400 mil soldados e muito mais civis. Deveria haver um cessar-fogo imediato e as negociações deveriam começar”, declarou ele. “Muitas vidas foram perdidas em vão, muitas famílias foram destruídas, e se isso continuar, poderá se transformar em algo maior e muito pior”, continuou Trump.

No sábado, o Departamento de Defesa dos EUA anunciou uma nova ajuda militar à Ucrânia, estimada em US$ 988 milhões. O governo de Joe Biden, em seu último mês de mandato na Casa Branca, se esforça para ajudar Kiev antes da volta de Donald Trump, em 20 de janeiro. A nova ajuda inclui drones, mísseis para os sistemas de lançamento de foguetes Himars e maior assistência para manutenção de equipamentos críticos, disse o Pentágono, em um comunicado.

A vitória do republicano nas eleições lançou dúvidas sobre o futuro do apoio americano à Ucrânia na guerra contra a Rússia. O secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, alertou no sábado que o fim da ajuda para Kiev se opor à invasão russa poderia ter consequências desastrosas.

“Podemos continuar a nos opor ao Kremlin, ou podemos deixar [o presidente] Putin fazer o que lhe agrada e condenar os nossos filhos e os nossos netos a viver num mundo de caos e conflito”, disse Austin, no Fórum Nacional de Defesa de Reagan, na Califórnia. “O atual governo fez a sua escolha. O mesmo aconteceu com uma coligação bipartidária no Congresso. O próximo governo terá de fazer a sua própria escolha”, acrescentou.

Assad “fugiu”

No dia em que rebeldes sírios anunciaram a tomada de Damasco e a queda do regime do presidente Bashar al-Assad, Donald Trump também usou a sua rede social para dizer que o ditador sírio “fugiu” do país depois de perder o apoio da Rússia.

“Assad não está mais lá. Ele fugiu de seu país. Seu protetor, a Rússia, a Rússia, a Rússia, liderada por Vladimir Putin, não queria mais protegê-lo”, escreveu Trump, acrescentando que Moscou “perdeu o interesse na Síria” por causa da Ucrânia.

Trump salientou que “quase 600 mil soldados russos estão feridos ou mortos, numa guerra que nunca deveria ter começado e que pode durar para sempre”.

No sábado, o presidente ucraniano insistiu na necessidade de concluir uma “paz justa” com a Rússia, à medida que crescem as incertezas sobre como o futuro governo americano deseja resolver este conflito. Em Paris, Zelensky esteve por três vezes com Trump: no palácio do Eliseu, na cerimônia na catedral Notre-Dame e em um jantar no palácio do Eliseu, oferecido por Emmanuel Macron.

“Todos queremos que esta guerra termine o mais rapidamente possível e de forma justa”, comentou o presidente ucraniano nas redes sociais após a primeira reunião, especificando que os três líderes “concordaram em continuar a trabalhar juntos”. “Vamos continuar a ação comum pela paz e segurança”, frisou.

Originalmente publicado em RFI

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