Trump e Xi fecham acordo para reduzir tarifas e controlar exportação de terras raras e fentanil

Atualizado em 30 de outubro de 2025 às 7:47
O presidente dos EUA, Donald Trump, cumprimenta o presidente chinês, Xi Jinping, antes de uma reunião bilateral na Base Aérea de Gimhae. Foto: Andrew Harnik/Getty Images

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping, firmaram um acordo que prevê redução de tarifas comerciais e novos compromissos sobre fentanil, soja e terras raras durante encontro realizado nesta quinta-feira (30) na base aérea de Busan, na Coreia do Sul.

A reunião, a primeira entre os dois líderes desde o retorno de Trump à presidência, durou quase duas horas e foi classificada por ele como “incrível”.

De acordo com Trump, as tarifas sobre produtos chineses cairão de 57% para 47%, enquanto as taxas sobre produtos relacionados ao fentanil serão reduzidas de 20% para 10%.

Em contrapartida, Pequim se comprometeu a retomar a compra de soja americana, manter o fluxo de exportação de terras raras e reforçar o combate ao comércio ilícito de fentanil — droga sintética usada como anestésico, mas também responsável por milhares de mortes por overdose nos EUA.

“Eu achei que foi uma reunião incrível”, declarou Trump a jornalistas a bordo do Air Force One, logo após deixar Busan. O republicano destacou ainda que foi firmado um acordo renovável de um ano sobre o fornecimento de terras raras. “Todas as questões sobre terras raras foram resolvidas, e isso é para o mundo”, afirmou.

Trump acrescentou que os dois países “trabalharão juntos” para buscar soluções diplomáticas para a guerra na Ucrânia.

“A Ucrânia surgiu de forma muito enfática [no encontro]. Conversamos sobre isso por um bom tempo. E nós dois vamos trabalhar juntos para ver se conseguimos fazer algo. Concordamos que os lados estão travados e lutando”, disse.

Xi Jinping fala em cooperação e evita clima de revanche

Durante o encontro, Xi Jinping afirmou que China e Estados Unidos “não devem cair no ciclo vicioso da vingança” e que as equipes econômicas de ambos os países chegaram a soluções consensuais para as divergências. O presidente chinês disse ainda que há “boas perspectivas de cooperação em inteligência artificial”.

Xi lembrou que, poucos dias antes, negociadores comerciais dos dois países haviam alcançado “um consenso fundamental sobre como tratar as principais preocupações mútuas”. Ele reforçou estar disposto a continuar trabalhando com Trump “para fortalecer a base das relações entre China e EUA”.

Logo no início da reunião, Trump elogiou Xi, mas reconheceu o desafio: “Vamos ter uma reunião muito bem-sucedida, não tenho dúvida disso. Mas ele é um negociador muito duro”.

Tensão prévia e contexto da guerra comercial

Antes do encontro, Trump havia publicado em uma rede social que os EUA “aumentariam imediatamente os testes de armas nucleares”, mencionando o crescimento do arsenal chinês. Ele evitou responder sobre o tema durante a reunião.

A guerra comercial entre os dois países havia se intensificado no início do mês, quando a China propôs ampliar as restrições às exportações de minerais de terras raras, essenciais para a produção de tecnologias de ponta.

Em resposta, Trump prometeu tarifas adicionais de até 100% sobre produtos chineses e restrições à exportação de itens americanos usados em softwares, o que ameaçava abalar o comércio global.