
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vive um dos momentos mais desgastantes de seu segundo mandato. Uma combinação de crise econômica e reabertura de investigações envolvendo o bilionário Jeffrey Epstein abalou sua imagem pública.
Dados da CBS News mostram que 60% dos americanos são contrários à atual política de tarifas adotada por Trump, e 61% acreditam que ele se preocupa mais com essas tarifas do que com a inflação que afeta o cotidiano da população. Ao mesmo tempo, o RealClearPolitics registrou que 52,1% dos americanos desaprovam sua gestão, a pior taxa desde sua reeleição.
O descontentamento se intensificou após a imposição de tarifas a produtos importados, incluindo café, laranja e carne brasileiros. A medida gerou tensão com aliados comerciais e tem sido apontada como um dos fatores que elevam os custos internos.
Enquanto lida com os efeitos econômicos de suas decisões, Trump também voltou ao centro de um dos casos mais controversos da política americana: seu vínculo com Jeffrey Epstein, acusado de tráfico sexual de menores. Um memorando interno do FBI, divulgado pelo senador Dick Durbin, revelou que agentes federais foram instruídos a alertar sobre menções a Trump durante a análise de mais de 100 mil documentos ligados ao caso. A notícia provocou críticas sobre possível interferência na condução da investigação.
Além disso, veio a público que Trump ordenou à procuradora-geral Pam Bondi que solicitasse à Justiça a liberação das transcrições do Grande Júri que apurou as denúncias contra Epstein, sob alegação de interesse público. A pressão aumentou após a revelação de um episódio ocorrido nos anos 1990, quando o então empresário e Epstein teriam levado menores de idade ao piso do cassino Trump Plaza, o que é proibido pela legislação de Nova Jersey. A denúncia foi feita por Jack O’Donnell, ex-executivo do local.
Outro ponto sensível foi a divulgação, pelo Wall Street Journal, de uma carta assinada por Trump e enviada a Epstein em 2003, com conteúdo sexualmente sugestivo. O presidente nega qualquer irregularidade, classificou o documento como forjado e promete processar o jornal por difamação, exigindo uma indenização de US$ 10 bilhões.
Mesmo assim, o episódio provocou mal-estar na base conservadora. A decisão do Departamento de Justiça de não tornar pública uma lista de supostos “clientes” de Epstein gerou revolta entre eleitores da ala mais radical, com alguns exigindo a saída da própria Pam Bondi do cargo.