
O governo dos Estados Unidos está enviando mais de 4 mil fuzileiros navais e marinheiros para as águas da América Latina e do Caribe como parte de uma operação de combate aos cartéis de drogas, segundo dois oficiais de defesa americanos. A movimentação faz parte de uma estratégia de Donald Trump de posicionar tropas para atacar grupos criminosos.
Segundo a CNN, fazem parte das tropas o Grupo de Prontidão Anfíbia Iwo Jima e a 22ª Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais, subordinados ao Comando Sul dos EUA. A ação vem ocorrendo nas últimas três semanas, de acordo com um dos oficiais, e não havia sido divulgada anteriormente.
Um submarino de ataque nuclear, aeronaves de reconhecimento P8 Poseidon, diversos navios de guerra e um cruzador de mísseis guiados também foram alocados como parte da missão. Uma fonte do governo americano afirmou que o objetivo é enfrentar ameaças à segurança nacional dos EUA provenientes de organizações narcoterroristas designadas na região.
Na última sexta (8), a Marinha dos EUA anunciou a mobilização dos fuzileiros e de dois outros navios do Grupo de Prontidão Anfíbia, mas não especificou os destinos da operação.

Oficiais americanos afirmaram que, por enquanto, a movimentação é principalmente uma demonstração de força, com objetivo de enviar uma mensagem, e não necessariamente indica uma intenção imediata de atacar cartéis. A ação dá aos comandantes militares e ao presidente ampla gama de opções caso ordene ação militar.
A presença da Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais levantou preocupações entre alguns oficiais de defesa, que destacam que os fuzileiros não são treinados para operações de interdição de drogas. Se essa for a missão, será necessário apoio intensivo da Guarda Costeira. Historicamente, fuzileiros já apoiaram operações de grande escala, como evacuações em regiões de tensão internacional.
Um oficial dos fuzileiros afirmou à CNN que os fuzileiros “estão prontos para cumprir ordens e apoiar os comandantes combatentes se necessário”. A nova mobilização ficará sob a responsabilidade do Comando Sul dos EUA e deve se estender pelos próximos meses.
Documentos internos do Pentágono alegam que a prioridade da operação é a defesa nacional, incluindo a proteção das fronteiras, combate ao tráfico de drogas, imigração irregular e garantia de acesso irrestrito ao Canal do Panamá. A medida se insere em um plano mais amplo do governo Trump de reforço militar na região.