Trump envia tropas a Chicago e reacende embate com governadores democratas

Atualizado em 5 de outubro de 2025 às 15:21
,Não está claro se alguma tropa já foi mobilizada após a autorização de Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou neste sábado (5) o envio de 300 soldados da Guarda Nacional para Chicago, sob a justificativa de combater o que chamou de “criminalidade descontrolada”. A decisão ocorre em meio a protestos contra a imigração e confrontos entre manifestantes e agentes do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE). O episódio mais tenso foi o disparo de tiros por agentes federais contra uma mulher armada após colisões de veículos com carros policiais.

Governada por democratas, Chicago se torna o novo foco da estratégia de Trump de reforçar a presença federal em cidades que, segundo ele, não conseguem conter a violência. O governador de Illinois, J.B. Pritzker, classificou a medida como “abuso de poder” e acusou o presidente de fabricar uma crise. “Isso não é sobre segurança, é sobre controle”, escreveu o governador nas redes sociais. A Casa Branca afirmou que Trump “não fechará os olhos para a ilegalidade que assola as cidades americanas”.

Donald Trump sério, de perfil, no canto direito de foto
Donald Trump, presidente dos EUA – Reprodução

O envio de tropas federais reacende o debate sobre os limites constitucionais da atuação militar em território doméstico. Pela legislação americana, a Guarda Nacional costuma ser acionada pelos governadores, e o uso de forças federais sem consentimento local é visto como invasão da soberania estadual. No mês passado, um tribunal federal bloqueou ordem semelhante de Trump para enviar tropas a Portland, no Oregon, classificando a medida como “desvinculada dos fatos”.

Apesar da retórica de “guerra urbana”, dados do Conselho de Justiça Criminal de Chicago mostram queda de 33% na taxa de homicídios no primeiro semestre de 2025 em comparação ao mesmo período do ano anterior. Ainda assim, o nível geral de criminalidade segue acima da média nacional, com 58 pessoas baleadas — oito delas fatais — apenas no feriado do Dia do Trabalho.