
O publicitário Steve Bannon, estrategista-chefe de Donald Trump e ideólogo da direita populista global, afirmou que o presidente estadunidense está “muito aborrecido” com a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e prepara sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
As medidas, segundo Bannon em entrevista ao Uol, podem ser anunciadas “em semanas” e seguiriam a Lei Global Magnitsky, que prevê bloqueio de bens e restrições financeiras nos EUA.
“Acredito que isso virá em semanas”, disse Bannon, confirmando que dezenas de pessoas no Executivo e no Congresso dos EUA trabalham no caso. O anúncio ocorreria após meses de pressão de bolsonaristas nos Estados Unidos, incluindo o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro e o comentarista Paulo Figueiredo.
Bannon destacou que o post de Trump na Truth Social na última segunda-feira (9), no qual chamou o processo contra Bolsonaro de “caça às bruxas”, foi “a declaração mais contundente do segundo mandato” em defesa de um aliado. A mensagem, publicada sem consulta ao Departamento de Estado, sinalizaria o engajamento direto da Casa Branca.
“Trump jogou com força. Ele disse: ‘Isso é totalmente inaceitável’. E se você quer enfrentar Bolsonaro, deve fazer na eleição. Lute nas urnas, mas não use os tribunais para tentar prender um homem”, afirmou Bannon, reforçando que o apoio a Bolsonaro é uma bandeira do movimento MAGA desde 2017.

Estratégia bolsonarista e “exílio” de Eduardo
A punição a Moraes é central para os planos de Eduardo, que se licenciou da Câmara para morar nos EUA. Bannon defendeu a permanência do deputado no país, que chamou de “exílio”, e afirmou apoiá-lo “100%” como potencial candidato em 2026.
“Se obtiver as sanções, Eduardo seria visto como o ‘algoz do gigante'”, disse Bannon, referindo-se ao impacto simbólico da medida. Pesquisas internas do grupo, no entanto, ainda mostram o filho de Bolsonaro atrás do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na preferência eleitoral.