Trump foi avisado pelo Departamento de Justiça que aparece nos arquivos de Epstein “várias vezes”

Atualizado em 23 de julho de 2025 às 16:42
Trump com a Procuradora-Geral Pam Bondi

O presidente Donald Trump foi alertado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em maio de 2025, de que seu nome aparece diversas vezes nos arquivos ligados ao caso Jeffrey Epstein. A revelação foi feita pela procuradora-geral Pam Bondi durante uma reunião na Casa Branca, segundo fontes da própria administração.

De acordo com o Wall Street Journal, Bondi e seu vice apresentaram ao presidente um panorama das descobertas feitas após a análise do que ela descreveu como um “caminhão de documentos” sobre Epstein — o financista condenado por crimes sexuais que morreu sob custódia em 2019.

Trump foi informado de que outras figuras de alto perfil também aparecem nos registros, e que o simples fato de ser citado não indica envolvimento em atividades criminosas.

Ainda segundo as fontes, a procuradora-geral explicou a Trump que o Departamento de Justiça decidiu suspender temporariamente a liberação de novos documentos ligados ao caso.

O principal motivo seria a presença de material com pornografia infantil e a necessidade de preservar a identidade das vítimas e de testemunhas que aparecem nos arquivos.

Trump tem negado repetidamente qualquer ligação indevida com Epstein, apesar de registros públicos e fotografias mostrarem encontros entre os dois nas décadas de 1990 e 2000.

Ele também foi citado nos chamados “livros de voo” do jato particular de Epstein, o “Lolita Express”, embora não tenha sido acusado de qualquer crime relacionado ao caso.

O escândalo está causando uma séria crise no governo Trump, que tentou a todo custo abafá-lo. Mesmo integrantes do MAGA estão reagindo com indignação.

Jeffrey Epstein e Donald Trump

Na semana passada, o Wall Street Journal publicou uma reportagem afirmando que Trump teria presenteado Jeffrey Epstein com um cartão de aniversário de 50 anos contendo um desenho de conotação sexual e uma mensagem sugerindo que ambos compartilhavam “segredos”. O presidente entrou com um processo contra o jornal e seus proprietários, exigindo US$ 10 bilhões em indenização.

A repercussão em torno do caso aumentou depois que o Departamento de Justiça divulgou, em 6 de julho, um memorando informando que não faria mais revelações sobre os documentos ligados a Epstein. Mesmo entre apoiadores do movimento MAGA e figuras proeminentes do Partido Republicano, surgiram pedidos por mais transparência na condução do caso.

Diante da pressão pública, Trump solicitou à procuradora-geral Pam Bondi que tornasse públicos os trechos relevantes dos depoimentos ao grande júri. Bondi, então, encaminhou o pedido aos juízes responsáveis pelos processos envolvendo Epstein e Ghislaine Maxwell — ex-namorada do financista, cafetina condenada a 20 anos de prisão por sua participação no esquema de abuso de meninas.