Trump ironiza resposta da China ao tarifaço: “Entrou em pânico”

Atualizado em 4 de abril de 2025 às 12:46
Os presidentes Donald Trump, dos EUA, e Xi Jinping, da China, em 2019. Foto: reprodução

Após o governo chinês anunciar as medias adotadas em consequência do “tarifaço” imposto por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, o republicano prometeu nesta sexta-feira (4) que intensificará a guerra tarifária caso outros países copiem a China. Mais cedo, Pequim anunciou a imposição de tarifas de 34% sobre todos os produtos dos EUA, em resposta às medidas protecionistas de Washington.

“A China agiu mal, entrou em pânico. A única coisa que eles não podem se dar ao luxo de fazer”, ironizou Trump nas redes sociais. O presidente estadunidense manteve tom desafiador, afirmando que não recuará de sua estratégia protecionista apesar da turbulência nos mercados globais.

“Para os muitos investidores que estão vindo para os EUA e investindo grandes montantes de dinheiro, minhas políticas nunca mudarão”, escreveu no Truth Social. “Este é um ótimo momento para ficar rico, mais rico do que nunca!!!”

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, emitiu uma ameaça aos parceiros comerciais: “Meu conselho para todos os países neste momento é: não retaliem. Sentem-se, absorvam a situação e vejamos como ela se desenrola. Porque se você retaliar, haverá uma escalada. Se você não retaliar, esse é o ponto alto”.

Apesar do discurso belicoso, Trump sinalizou a bordo do Air Force One que estaria aberto a negociações, desde que os outros países façam concessões significativas.

Donald Trump ao lado de tabela com países alvos do “tarifaço” nesta quarta (2) na Casa Branca. Foto: Reuters

“Todos os países ligaram para os EUA desde meu anúncio”, revelou o presidente, condicionando qualquer acordo a ofertas “fenomenais” por parte das nações estrangeiras. “As tarifas nos dão grande poder de negociação”, afirmou Trump, deixando claro que vê as medidas protecionistas como ferramenta de pressão diplomática.

A escalada do conflito comercial alarmou instituições financeiras e organismos internacionais. O JPMorgan revisou suas projeções e agora estima em 60% (ante 40% anteriormente) a probabilidade de recessão nos EUA ainda este ano.

Bruce Kasman, chefe de pesquisa econômica global do banco, alertou que “essas políticas, se mantidas, provavelmente empurrariam a economia dos EUA e possivelmente a economia global para uma recessão”.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) emitiu comunicado expressando preocupação com o impacto das tarifas na frágil economia global. A diretora-gerente Kristalina Georgieva advertiu que as medidas “ameaçam a economia mundial” e pediu diálogo entre as partes.

“Ainda estamos avaliando as implicações macroeconômicas das medidas tarifárias anunciadas, mas elas claramente representam um risco significativo para as perspectivas globais em um momento de crescimento lento”, afirmou Georgieva.

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