
O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, afirmou neste sábado (13), em uma sequência de postagens na rede X que o recente ataque tarifário de Donald Trump ao Brasil reconfigurou o cenário político da direita nacional. Segundo ele, o movimento foi uma reação estratégica de Jair Bolsonaro para evitar uma suposta articulação que previa sua prisão e o fortalecimento da candidatura de Tarcísio de Freitas em 2026.
Cappelli descreve um plano em curso, articulado pela Faria Lima e setores da centro-direita, que previa a condenação de Bolsonaro antes do prazo de desincompatibilização eleitoral. Isso abriria caminho para uma pressão coordenada para que ele apoiasse Tarcísio como sucessor, sob pena de “apodrecer na prisão”. Paralelamente, o Centrão atuaria para fragilizar o governo Lula no Congresso.
Segundo o jornalista e gestor público, Bolsonaro percebeu a “arapuca” e se antecipou com o apoio de Donald Trump. O ex-presidente dos EUA, ao anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, forçou Tarcísio a recuar e perder protagonismo, voltando à condição de subordinado. Na análise de Cappelli, o ataque de Trump foi um movimento que devolveu a Bolsonaro o controle do jogo político da direita.
Cappelli levanta dúvidas sobre os próximos passos do ex-presidente, questionando se ele ainda possui cartas para jogar, se estaria apenas blefando ou mesmo preparando uma fuga do país. Independentemente da resposta, o presidente da ABDI avalia que Bolsonaro voltou a centralizar a atenção e a estratégia do campo conservador.
Em paralelo, Lula teria aproveitado a crise para obter ganhos políticos.
De acordo com o presidente da ABDI, o petista “deu um ippon no Centrão” ao barrar aumentos no IOF e se reposicionou como símbolo de defesa do interesse nacional diante do ataque de Trump. O resultado seria o isolamento da extrema-direita e o enfraquecimento de seus adversários.
Confira o texto completo de Ricardo Cappelli:
XADREZ DO MOVIMENTO DE TRUMP
1- O plano da centro direita, pilotado pela Faria Lima, ia de vento em popa. Uma condenação rápida e pesada colocaria Bolsonaro na cadeia alguns meses antes do prazo de desincompatibilização.
2- A partir daí entraria em curso a fase 2. (segue o fio)
— Ricardo Cappelli (@RicardoCappelli) July 13, 2025