Trump oficializa tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros

Atualizado em 30 de julho de 2025 às 16:08
Donald Trump, presidente dos EUA. Foto: reprodução

O presidente estadunidense, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) uma ordem executiva que aumenta para 50% as tarifas sobre produtos brasileiros, em medida que entra em vigor já nesta sexta-feira (1º). O anúncio foi feito em comunicado da Casa Branca classificando as ações do governo brasileiro como “uma ameaça incomum e extraordinária” aos interesses dos Estados Unidos.

A ordem presidencial estabelece uma “nova emergência nacional” com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional de 1977. O documento faz referência direta ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acusando-o de “tomar medidas sem precedentes para, de forma tirânica e arbitrária, coagir empresas estadunidenses”.

Segundo a Casa Branca, Moraes teria “emitido unilateralmente centenas de ordens para censurar secretamente seus críticos políticos”. O texto afirma ainda que quando empresas se recusaram a cumprir tais ordens, o ministro “impôs multas significativas, ordenou a exclusão dessas empresas do mercado de redes sociais brasileiro e ameaçou executivos com processos criminais”.

Trump também mencionou o caso do comentarista Paulo Figueiredo, residente nos EUA, alegando que Moraes estaria “supervisionando um processo criminal movido pelo governo Brasileiro contra Figueiredo por declarações feitas em solo estadunidense”.

Alexandre de Moraes, ministro do STF. Foto: Arthur Menescal/Getty

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia criticado anteriormente a posição de Trump, afirmando ao New York Times que o líder estadunidense “possivelmente não saiba que aqui no Brasil a Justiça é independente do Poder Executivo”.

Lula destacou que as acusações contra Bolsonaro partiram de “delações de amigos, generais e coronéis, de dentro do governo Bolsonaro”, sendo conduzidas pela Procuradoria-Geral da República, “que tem total autonomia”.

A escalada tarifária ocorre após meses de tensão entre os dois países. Originalmente, em abril, Trump havia anunciado tarifas de 10% sobre produtos brasileiros, proporcional ao superávit comercial dos EUA com o Brasil. No entanto, após negociações fracassadas e a insistência do governo estadunidense em interferir no processo judicial contra Bolsonaro, as tarifas foram progressivamente elevadas.

Em sua rede social Truth Social, Trump foi enfático: “O prazo de 1º de agosto é o prazo de 1º de agosto — ele continua firme e não será prorrogado. Um grande dia para a América!!!”. O Brasil se tornou assim o país com a maior tarifa imposta pelos EUA, superando até mesmo México e Canadá.