
Novos detalhes sobre os laços entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o magnata Jeffrey Epstein, condenado por crimes sexuais, voltaram à tona em meio às crescentes pressões por transparência sobre o caso. Uma reportagem do The New York Times revelou que Trump teria organizado uma festa exclusiva para “jovens mulheres” em seu clube Mar-a-Lago, na Flórida, em 1992, com Epstein como único outro convidado.
George Houraney, empresário responsável pelo evento “Garotas do Calendário” na ocasião, afirmou ter ficado surpreso com a lista de convidados. “Eu disse: ‘Donald, esta deveria ser uma festa com VIPs’. Você está me dizendo que é você e Epstein?”, relatou Houraney ao jornal em 2019.
A então namorada de Houraney, Jill Harth, posteriormente acusou Trump de assédio sexual naquela noite, alegando em ação judicial que ele a forçou a ficar em um quarto, beijando-a e tocando-a contra sua vontade. Trump negou as acusações, e o caso foi encerrado em 1997 após um acordo.

Trump e Epstein mantiveram uma amizade próxima por pelo menos 15 anos, frequentando juntos festas em Palm Beach e Manhattan. Em vídeos da época, os dois aparecem rindo enquanto observam líderes de torcida dançando em Mar-a-Lago.
Em entrevista à revista New Yorker em 2002, Trump chegou a elogiar Epstein: “Conheço Jeff há 15 anos. Um cara incrível. É muito divertido estar com ele. Dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu — e muitas delas são mais jovens”.
Registros mostram que Trump viajou pelo menos sete vezes no jato particular de Epstein entre Palm Beach e Nova Jersey. Uma das vítimas de Epstein, Virginia Giuffre, afirmou que foi em Mar-a-Lago que conheceu Ghislaine Maxwell, condenada por tráfico sexual, e foi introduzida ao círculo do financista.

Outras mulheres, como a ex-modelo Stacey Williams, relataram encontros desconfortáveis com Trump mediados por Epstein. “Senti-me como um pedaço de carne entregue como parte de um jogo entre eles”, disse Williams ao Times.
A amizade entre Trump e Epstein terminou em 2004, após uma disputa por um imóvel em Palm Beach. Relatos indicam que Trump baniu Epstein de Mar-a-Lago devido a um comportamento “inapropriado” com uma jovem.
Após a prisão de Epstein em 2019, Trump buscou se distanciar publicamente do ex-amigo. “Eu não era fã dele”, declarou à imprensa na época, acrescentando que “todo mundo em Palm Beach o conhecia”.
Recentemente, sob pressão, Trump determinou ao Departamento de Justiça que liberasse os depoimentos do grande júri que investigou Epstein e Maxwell.