Trump pode adiar tarifaço contra o Brasil, avalia encarregado de negócios dos EUA

Atualizado em 17 de julho de 2025 às 9:34
O encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar. Foto: Reprodução

O encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, sinalizou que a entrada em vigor da tarifa de 50% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros pode ser adiada, conforme informações do colunista Lauro Jardim, do Globo.

A medida, anunciada na semana passada por Trump, com início previsto para 1º de agosto, ainda pode ser revista, segundo Escobar, que tratou do tema em uma reunião com o senador Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso.

No encontro, realizado na última quarta-feira (16) e com duração de cerca de 40 minutos, Randolfe deixou claro que o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) “não fala em nome do parlamento brasileiro”.

Escobar também foi informado de que os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), reprovam os ataques do “bananinha” às instituições brasileiras desde que ele se autoexilou nos EUA.

Clã Bolsonaro isolado

Agora, prestes a ter o mandato de deputado cassado, Eduardo está isolado, assim como seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e seu entorno.

A defesa pública da anistia “ampla, geral e irrestrita” feita por Eduardo e aliados frente ao tarifaço imposto por Trump tem gerado incômodo entre parlamentares e empresários, especialmente do agronegócio, que cobram ação imediata para evitar prejuízos.

Nos bastidores, até aliados próximos do clã Bolsonaro reconhecem que o posicionamento foi um erro, mas evitam críticas diretas por receio de retaliações da base mais radical.

Licenciado, Eduardo precisa retornar ao Brasil até domingo, fim de seu afastamento. Caso não compareça e ultrapasse o limite de faltas permitido, poderá ter o mandato cassado. Nem mesmo o Centrão tem se mostrado disposto a articular alguma saída para protegê-lo.

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução