Trump promove articulação para chefe da OEA com postura firme contra a esquerda

Atualizado em 25 de novembro de 2024 às 11:22
O recém-eleito presidente dos EUA, Donald Trump – Foto: Reprodução

Donald Trump, recém-eleito presidente dos EUA, está articulando para que a Organização dos Estados Americanos (OEA) tenha uma liderança alinhada à sua visão conservadora e combativa contra a esquerda. A eleição para a nova direção da OEA está prevista para 2025 e promete ser um dos primeiros desafios diplomáticos do governo republicano. Segundo fontes próximas, Trump busca usar a influência financeira dos EUA, responsáveis por 60% do orçamento da OEA, para garantir que a entidade atenda aos interesses americanos na região. As informações são do colunista Jamil Chade, do UOL.

Nos últimos dias, o empresário bilionário recebeu o chanceler paraguaio Rubén Ramírez Lezcano em sua residência na Flórida, em um movimento interpretado como um endosso à candidatura do paraguaio para liderar a OEA. Durante o encontro, foram discutidos temas como a situação política na Venezuela, Cuba e Nicarágua, além de possíveis alianças estratégicas. Lezcano tem se alinhado cada vez mais à postura dos Estados Unidos, especialmente ao criticar o resultado das eleições venezuelanas e apoiar Taiwan frente à China.

O chanceler paraguaio Rubén Ramírez Lezcano e Donald Trump – Foto: Reprodução

A candidatura de Lezcano é vista como uma extensão da estratégia americana de usar a OEA para barrar a influência de regimes autoritários e conter a expansão da China, Rússia e Irã na América Latina. O chanceler paraguaio também se reuniu com Elon Musk, propondo o Paraguai como destino para novos investimentos. Analistas destacam que essas alianças reforçam sua posição como um dos favoritos para suceder Luis Almagro, atual secretário-geral da OEA.

Outros nomes também estão sendo considerados para o cargo, como Ivan Duque, ex-presidente da Colômbia, que manteve uma relação estreita com Trump durante seu mandato, especialmente na pressão contra Nicolás Maduro. Outro possível candidato é Ivonne Baki, embaixadora do Equador e amiga pessoal de Trump. Baki tem um histórico de colaboração com o presidente eleito, que remonta ao início dos anos 2000, quando ele apoiou financeiramente um de seus projetos de conservação.

Ivan Duque, ex-presidente da Colômbia – Foto: Reprodução

Essa movimentação ocorre em um momento de realinhamento político na América Latina. A proximidade de Lezcano com figuras-chave da equipe de transição de Trump, como Carlos Trujillo, ex-embaixador americano na OEA, também fortalece sua candidatura. Trujillo, conhecido por sua posição dura contra regimes autoritários na América Latina, tem defendido um papel mais ativo da OEA, com foco em promover eleições livres e justas. Durante seu mandato como embaixador, Trujillo foi acusado de desinformação no caso do golpe de estado na Bolívia em 2019, mas permanece uma figura influente.

A escolha do novo chefe da OEA é estratégica para os Estados Unidos, que buscam reforçar sua influência na região. Durante o governo Trump, a OEA foi usada para condenar anomalias em processos eleitorais e apoiar intervenções políticas contra regimes autoritários. Agora, o objetivo parece ser retomar esse protagonismo.

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