Trump socorre Milei e envia US$ 20 bilhões antes de eleição na Argentina

Atualizado em 20 de outubro de 2025 às 13:54
Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Argentina, Javier Milei. Foto: Jonathan Ernst/Reuters

A Argentina formalizou um acordo com os Estados Unidos nesta segunda (20) que garante um financiamento de US$ 20 bilhões (R$ 108,7 bilhões) para ajudar a estabilizar sua economia. O empréstimo será realizado por meio de um swap cambial, uma operação que troca temporariamente moedas entre países para reforçar as reservas internacionais e aumentar a estabilidade econômica, sem recorrer a empréstimos tradicionais.

A medida visa controlar a inflação e restaurar o crescimento econômico sustentável. O país enfrenta uma série de dificuldades econômicas, como a inflação ainda elevada, a desvalorização do peso argentino e uma fuga de capitais.

Com uma baixa reserva de dólares, a Argentina busca o apoio dos EUA para evitar uma crise maior. O Banco Central da Argentina afirmou que o objetivo do acordo é fortalecer a estabilidade macroeconômica, focando na preservação dos preços e no crescimento sustentável.

Além do swap cambial de US$ 20 bilhões, os Estados Unidos prometeram outros US$ 20 bilhões em recursos públicos e privados, caso o presidente Javier Milei obtenha um bom resultado nas eleições legislativas de 26 de outubro.

Isso eleva o total de apoio financeiro dos EUA à Argentina para US$ 40 bilhões (R$ 217,6 bilhões). O presidente dos EUA, Donald Trump, justificou a ajuda alegando que a Argentina “não tem dinheiro” e está “lutando para sobreviver”.

Javier Milei. Foto: Agustin Marcarian/Reuters

O apoio financeiro chega em um momento delicado para o governo de Milei, que enfrenta uma série de desafios internos e externos. A desvalorização do peso argentino e os escândalos de corrupção têm afetado sua popularidade, especialmente após a vitória dos peronistas nas eleições legislativas de Buenos Aires, em setembro.

A confirmação do apoio dos EUA foi feita após uma reunião entre autoridades financeiras dos dois países, em Washington, na semana passada. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, reiterou o compromisso de fornecer suporte à Argentina, incluindo o swap cambial.

Apesar de uma desaceleração na inflação, a economia argentina ainda apresenta sinais de estagnação, com alta no custo de vida, desemprego e informalidade crescente. O governo argentino admitiu uma paralisia econômica e tem tentado controlar a inflação, que caiu de 211,4% em 2023 para 117,8% em 2024.

O alto custo de produção e os juros elevados, no entanto, têm dificultado a recuperação econômica. A redução de subsídios e o encarecimento de serviços essenciais, como energia e transporte, também têm gerado insatisfação entre os argentinos.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.