O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump sugeriu que a ex-deputada Liz Cheney, sua opositora no Partido Republicano, deveria ser fuzilada. A declaração foi dada às vésperas da eleição para a Casa Branca e o candidato afirmou que ela poderia ser enviada a uma zona de combate.
“Ela é radicalmente pró-guerra. Vamos colocá-la com um fuzil na mão com nove armas atirando contra ela. Vamos ver se ela gosta quando as armas estão apontadas para a cara dela”, afirmou em entrevista ao jornalista conservador Tucker Carlson. Alguns veículos de imprensa do país afirmam que a menção a “nove armas” seria uma referência a um pelotão de fuzilamento.
Filha do ex-vice-presidente Dick Cheney, Liz era uma das principais adversários de Trump no Partido Republicano desde 2020. Ela foi uma das poucas congressistas da sigla a votar a favor do impeachment do então presidente após o ataque ao Capitólio.
A ex-deputada também presidiu a comissão que investigou o atentado de 6 de janeiro de 2021 e aprovou um relatório que pedia o indiciamento de Trump e apontava o então mandatário como responsável pelo caso. Liz não conseguiu se reeleger em 2022 e foi expulsa da liderança do partido.
A ex-deputada, que tem feito campanha para Kamala Harris na eleição, reagiu ao ataque do ex-presidente: “É assim que ditadores destroem países livres. Eles ameaçam seus opositores com a morte. Não podemos confiar nosso país a um homem mesquinho, vingativo, cruel e instável que quer ser um tirano”.
A procuradora-geral do estado do Arizona, Kris Mayes, afirmou que vai abrir uma investigação contra Trump para apurar se a declaração pode se enquadrar com uma ameaça contra a vida. “Não sabemos ainda se a fala ultrapassou a linha da liberdade de expressão, mas é muito preocupante. É o tipo de coisa que agita as pessoas e deixa a situação no nosso estado e em outros muito perigosa”, avalia.
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