Trump transforma festa mexicana em alvo político e leva medo às ruas de Chicago

Atualizado em 7 de setembro de 2025 às 13:42
Eventos em Chicago celebram Independência do México — Foto: SCOTT OLSON / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

Festivais tradicionais da comunidade mexicana em Chicago, que celebrariam a Independência do México em setembro, foram cancelados após ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O republicano afirmou que pretende enviar tropas da Guarda Nacional e agentes federais de imigração à cidade, classificada por ele como “uma das mais perigosas do mundo”. A medida gerou temor entre organizadores e moradores de origem mexicana.

Segundo os jornais The Guardian e Chicago Sun-Times, Trump planeja enviar 230 agentes para prender imigrantes. Diante desse cenário, organizadores de ao menos três eventos decidiram adiar ou cancelar as festividades para evitar riscos à segurança do público. Todos os anos, milhares de pessoas participam dessas celebrações, fundamentais para a identidade cultural da comunidade mexicana, que representa cerca de 21% da população da cidade.

Entre os eventos afetados está o El Grito Chicago, que ocorreria em 13 e 14 de setembro, mas foi adiado por tempo indeterminado. Em comunicado oficial, os organizadores afirmaram que a decisão foi “dolorosa”, mas necessária para proteger os participantes. A organização informou que reembolsará os ingressos em até dez dias úteis.

O desfile do Dia da Independência do México, realizado no subúrbio de Waukegan, também foi adiado, com nova data marcada para novembro. Já o Latin Heritage Fest, em Wauconda, foi definitivamente cancelado, de acordo com informações da emissora local afiliada à Fox News.

Donald Trump sério, apontando pro lado, em close
Donald Trump, presidente dos EUA – Reprodução

Mesmo diante do cancelamento dos festivais, moradores de Chicago foram às ruas no sábado (6) para protestar pacificamente contra os planos de Trump. As manifestações tiveram como foco a defesa da imigração e críticas ao que os participantes classificaram como ataques do governo à democracia americana.

Além de Chicago, o presidente republicano já havia mobilizado forças de segurança em cidades como Los Angeles e Washington, e ainda ameaça repetir operações em Baltimore e Nova Orleans. As ações têm ampliado as tensões com comunidades de imigrantes e provocado forte reação de ativistas e autoridades locais.