O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, em uma nova demonstração de fragilidade política, deve ser derrotado na sua intenção de indicar o presidente do diretório municipal do PSDB na eleição que acontece domingo, 14 de abril.
Preocupados com a inexpressividade do indicado, o militante Fernando Alfredo, braço direito de Bruno junto às bases do partido, e com o ritmo devagar do próprio prefeito, os vereadores tucanos estão se organizando para bancar o nome de um parlamentar na presidência do diretório.
Adriana Ramalho é a escolhida pelo grupo para encabeçar a chapa.
Ela conta com apoio de boa parte dos nove membros da bancada na câmara de vereadores.
O assunto ainda é desconhecido do grande público, mas uma realidade consistente nos bastidores.
Tradicionalmente, o PSDB sempre bancou um parlamentar com mandato na presidência do diretório paulistano em ano de eleição.
Na última vez em que um assessor alcançou o comando da Executiva, em 2003, houve uma ‘virada de mesa’.
O atual vereador José Police Neto (PSD), então subordinado na Assembleia Legislativa, foi indicado pelo padrinho Walter Feldman, na época presidente da Alesp, mas teve sua nomeação contestada.
Como o PSDB se preparava, com José Serra, para impedir a reeleição de Marta Suplicy, os tucanos optaram por um nome com mais peso político: Police Neto foi convidado a se retirar e a presidência caiu no colo de Édson Aparecido, que na época era deputado estadual.
A gota d´água para a mobilização contra a indicação de Fernando Alfredo foi o descaso de Bruno Covas durante a tragédia ocasionada pelas chuvas no início de março, quando 12 pessoas morreram na capital e cidades da grande SP.
No sábado, 9, dois dias antes do ápice da tempestade, o prefeito embarcou com seu secretário e amigo Gustavo Pires para uns dias de folga em Portugal e Alemanha.
Só retornou quatro dias depois ao ser fortemente repreendido pelo governador João Doria.
O movimento dos vereadores para barrar a candidatura de Fernando Alfredo tem o apoio velado de Doria.
O governador não esconde o descontentamento com a inoperância de Bruno e já tem uma carta na manga caso Adriana Ramalho não consiga se viabilizar: o ex-deputado Ricardo Trípoli também está de olho na possibilidade de presidir o diretório e coordenar os tucanos na eleição municipal do ano que vem.
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NOTA DA VEREADORA ADRIANA RAMALHO
Sobre a matéria “Tucanos se mobilizam para tratorar Bruno Covas na escolha do presidente do PSDB em SP”, quero deixar claro que não sou candidata à presidência do PSDB municipal e que o prefeito Bruno Covas conta com meu apoio dentro e fora da Câmara Municipal.