Tudo o que você precisa saber sobre Pokémon GO. Por Pedro Zambarda

Atualizado em 16 de julho de 2016 às 0:11

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Você conhece Pokémon? Antes de ser um desenho japonês de sucesso, ele foi uma das franquias mais vendidas de todos os tempos nos videogames com 23,64 milhões nas versões Red e Blue.

Os jogos de Game Boy ficaram atrás somente de Minecraft, Mario, Tetris, Diablo, GTA e do game de tiro Call of Duty.

Os monstrinhos japoneses voltaram a fazer muito barulho no dia 6 de julho, com o lançamento de Pokémon GO. Game gratuito com itens pagos, o novo produto fez as ações da Nintendo na Bolsa de Tóquio dispararem 25% no último dia 11, a maior alta em 33 anos da empresa.

O DCM explica tudo o que você precisa saber sobre Pokémon GO. Confira.

O que é Pokémon?

Pokémon é uma palavra japonesa que abrevia a expressão em inglês “pocket monsters”, monstros portáteis. O nome foi criado por um japonês chamado Satoshi Tajiri, que colecionava insetos como hobbies e os colocava para brigar.

Em 1996 ele se juntou com uma desenvolvedora de jogos chamada Game Freak que, com apoio da Nintendo, lançou Pokémon Red/Blue para os portáteis Game Boy e Game Boy Color. O título foi um sucesso absoluto e permitia a captura de 150 monstrinhos, além da possibilidade de trocá-los com seus amigos.

Red/Blue teve tantas sequências que o universo cresceu para mais de 700 personagens.

Como Pokémon GO funciona?

Ele é um aplicativo gratuito para celulares com sistemas Android e iOS do iPhone. Ao baixar, permite que você crie um personagem treinador com seu nome e você inicia a jornada com os monstros iniciais Charmander, Bulbassaur ou Squirtle. O cadastro é feito a partir do seu email.

Até ai o jogo é similar aos antigos. A novidade fica no sistema inovador de captura dos monstrinhos.

Através de uma tecnologia chamada Realidade Aumentada, você ativa a câmera do seu smartphone e “vê” os monstros na vida real. É possível capturar o Charmander na sua sala de estar, fora encontrar outros personagens selvagens andando pela sua casa.

O game é um fenômeno tão grande hoje que, em um mês, o jornal New York Times reportou que jovens estão ocupando os espaços públicos nos Estados Unidos graças ao título. O Central Park, em Nova York, está cheio de jovens tentando capturar monstrinhos com o celular.

Vai chegar no Brasil?

Vai, mas o game ainda não está disponível oficialmente. Ele foi lançado na Nova Zelândia, na Austrália e nos Estados Unidos. Está sendo agora disponibilizado na Alemanha. Há previsão de lançamento no resto da Europa e na América do Sul, o que inclui o Brasil.

O problema é que muitos brasileiros, e até americanos, utilizaram um aplicativo ilegal para rodar o jogo fora das regiões oficiais. Isso sobrecarregou os servidores de Pokémon GO.

Enquanto eles não solucionarem estes problemas, nada do novo Pokémon no Brasil. Então espere.

Quem é o responsável pela realidade aumentada?

Os criadores da realidade aumentada de Pokémon GO é uma empresa californiana chamada Niantic Labs. Anteriormente eles desenvolveram um game chamado Ingress (2012) que tem um funcionamento similar ao do jogo com monstrinhos, forçando as pessoas a andarem pela casa ou irem para a rua.

O sucesso de Ingress foi tanto que a Niantic cresceu como uma startup do Google até 2015. Hoje a empresa funciona de maneira independente.

A realidade aumentada de Pokémon GO funciona graças ao rastreador GPS do seu smartphone. A partir da sua localização global, o programa gera automaticamente os monstros que você pode enxergar com a câmera do celular.

Pokémon GO dá dinheiro? Como?

O app é gratuito. Uma vez que ele esteja disponível, basta baixar na loja oficial do seu celular. Iniciado o jogo, você receberá 50 pokebolas para capturar os monstros.

Há locais chamados PokeCenters, visíveis no mapa do jogo, que permitem recarregar as pokebolas e outros itens. E é ai que Pokémon GO se monetiza.

É possível comprar várias bolas por R$ 3,19, por exemplo. O game se paga através de itens extras que podem tornar a sua jornada mais fácil.

Existem também os ginásios Pokémon que permitem batalhas para subir de nível, distribuídos no mundo todo. O jogo também permitirá trocar monstros com seus amigos.

Um modelo de negócios que inspira o mundo todo

De acordo com o site americano VG247, Pokémon GO é um modelo de negócios que não pede um investimento maciço e se tornou um “fenômeno cultural” por interagir com o mundo real.

Motoristas do Uber em Portland, segundo o Gizmodo, estão oferecendo corridas de carro com conexão wifi para que seus clientes capturem Pokémons no jogo. Há relatos também de restaurantes que expulsam pessoas que tentam usar sua conexão sem fio para apreciar o game sem comer no local.

Na bolsa de valores de Tóquio, a Nintendo teve uma alta de 25% de suas ações em 11 de julho, a maior desde 1983, quando a gigante japonesa começava a lançar consoles domésticos. No dia 14 de julho, os papéis voltaram a se valorizar 16,8% e a “Big N” acumula alta de 76% no mercado financeiro.

Em especulação, a Nintendo se valorizou em pelo menos US$ 7,5 bilhões. Uma empresa de análise de aplicativos, chamada App Annie, afirma que Pokémon GO pode gerar US$ 1 bilhão por ano somente por vendas dentro do programa.

As histórias mais bizarras envolvendo Pokémon GO

O game mal foi lançado globalmente e já está rendendo relatos bizarros de quem joga.

Jogadores de Pokémon GO invadiram uma delegacia em Darwin, na Austrália, no dia do lançamento do game. O local, dentro do jogo, se transformou num PokeCenter, o que atraiu os players pro desespero dos policiais.

Quatro pessoas foram presas no Missouri, nos Estados Unidos, depois de organizarem assaltos a partir do jogo Pokémon. Uma mulher encontrou uma pessoa morta em Wyoming com ajuda de jogadores do game.

Uma igreja batista homofóbica em Wesboro teve pokémons rosas, chamados de Clefairy, plantados na sua localidade por players. Os religiosos afirmaram que Pokémon GO seria um jogo “sodomita”, ou seja, pregador de “práticas sexuais anormais”.

O New York Times relatou problemas nos Estados Unidos com atropelamentos e acidentes na rua envolvendo jogadores de Pokémon GO concentrados em seus celulares. Informações similares circulam em boa parte da mídia americana.

No Brasil, o jogo promete fazer o mesmo barulho. Os perfis de Facebook do MEC, da Prefeitura de São Paulo e até do prefeito carioca Eduardo Paes já fizeram brincadeiras com o game.