O Twitter encobriu o post em que Donald Trump faz acusação genérica de que “estão tentando roubar” a eleição nos EUA. A publicação viola a “política de integridade cívica” da rede social.
“Estamos muito grandes, mas eles estão tentando ROUBAR a eleição. Nunca vamos deixá-los fazer isso. Os votos não podem ser lançados após o encerramento das votações!”, escreveu Trump no Twitter.
Segundo alerta a empresa que mantém a rede social, o post do presidente dos EUA é contestável e pode ter “informações incorretas sobre como participar de uma eleição ou de outro processo cívico.”
Ao clicar no tuíte, o leitor é direcionado a uma página que informa:
“Você não pode usar os serviços do Twitter para manipular nem interferir em eleições ou outros atos cívicos. Isso inclui publicar ou compartilhar conteúdo que suprima a participação ou induza as pessoas ao erro sobre quando, onde ou como participar de um ato cívico. Além disso, podemos marcar e reduzir a visibilidade de Tweets que contenham informações falsas e enganosas sobre atos cívicos, como forma de fornecer contexto adicional.”
O discurso de Trump parece ter exatamente esse objeto: “manipular o resultado eleitoral”, desconsiderando votos antecipados, que estão sendo enviados pelos Correios.
Donald Trump se saiu melhor do que indicavam as pesquisas, é fato, mas ele não pode dizer que venceu a eleição.
Neste momento, Biden tem mais delegados do que Trump: 238 contra 213.
Trump parece ter calculado o efeito de sua fala, nesta madrugada: judicializar o resultado eleitoral. A Suprema Corte tem hoje maioria conservadora, com três nomeações feitas por Trump.
São 6 votos a 3.
Por trás do impasse, no entanto, está a nítida decadência dos EUA. Seu sistema eleitoral, que não respeita o princípio de que cada pessoa vale um voto, tem 233 anos.
Desde o ano 2000, quando George W. Bush venceu a eleição apesar de ter menos votos que Al Gore, o sistema é questionado, mas nenhuma iniciativa foi tomada para corrigir a distorção.
Trump também recebeu menos votos que Hillary Clinton em 2016 e, caso vença a eleição deste ano, terá menos votos que Biden, ou seja, será um presidente manco.