
Tyler Robinson, suspeito de assassinar o influenciador conservador Charlie Kirk, debochou em um chat no Discord horas após o crime. Quando colegas apontaram que as imagens divulgadas pela polícia o identificavam como o atirador, ele respondeu que se tratava de um “clone” e ironizou a investigação. A troca de mensagens ocorreu pouco antes de sua prisão em Utah, nos Estados Unidos.
As autoridades divulgaram fotos de um jovem de boné e óculos escuros circulando pela Universidade do Vale de Utah, pedindo informações à população. No grupo online, colegas provocaram Robinson dizendo que ele havia matado Kirk, enquanto outros brincaram sobre a recompensa milionária oferecida pelo FBI. Robinson chegou a dizer que poderiam entregá-lo, contanto que dividissem o valor.
Além das ironias, o suspeito demonstrou acompanhar o caso em tempo real. Ele comentou sobre frases antifascistas encontradas nas munições e afirmou que algumas traziam mensagens ligadas a questões de gênero, como “Se você está lendo isso, você é gay” e “Bella Ciao”. A polícia confirmou a existência desses escritos e apontou que a arma usada também continha gravações com mensagens políticas.
Robinson foi entregue às autoridades após confessar o crime ao pai, que acionou um pastor para intermediar sua rendição. Segundo o governador de Utah, Spencer Cox, familiares e pessoas próximas estão colaborando com a investigação, enquanto o suspeito permanece em silêncio. O jovem teria subido ao telhado da universidade, de onde disparou contra Kirk, que morreu durante cirurgia após ser baleado no pescoço.

Charlie Kirk, de 31 anos, era uma das vozes mais influentes da direita norte-americana e apoiador de Donald Trump. Fundador do Turning Point USA, organização voltada para mobilizar jovens eleitores, acumulava mais de 14 milhões de seguidores nas redes sociais. Também apresentava o “The Charlie Kirk Show”, transmitido em 150 rádios nos Estados Unidos. Kirk era casado e tinha dois filhos.
O caso chocou o cenário político norte-americano e ampliou debates sobre violência, extremismo e segurança em universidades. O FBI segue investigando se o crime teve motivação política e busca entender as conexões de Robinson com grupos virtuais. A expectativa é de que as informações coletadas no Discord sejam utilizadas como provas durante o processo judicial.