A Ucrânia lançou novos ataques com drones contra a Rússia neste domingo (24), atingindo a usina nuclear de Kursk e provocando um grande incêndio no terminal de exportação de combustível Ust-Luga, no Mar Báltico. O Ministério da Defesa russo afirmou que interceptou ao menos 95 drones em diferentes regiões, mas admitiu danos relevantes em instalações estratégicas. A ofensiva ocorre no mesmo dia em que a Ucrânia celebra sua independência da União Soviética.
Na usina de Kursk, localizada a 60 km da fronteira com a Ucrânia, um drone abatido explodiu próximo ao reator número 3, danificando um transformador auxiliar e forçando a redução de 50% da capacidade. Apesar do incidente, os níveis de radiação permaneceram normais, segundo as autoridades locais. Dois reatores já estavam fora de operação e outro passava por reparos programados.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), vinculada à ONU, informou que acompanha a situação e reforçou o alerta de que todas as instalações nucleares devem ser protegidas em meio ao conflito. O órgão já havia alertado para os riscos de ataques em áreas próximas a usinas atômicas desde o início da guerra.
No norte da Rússia, pelo menos dez drones ucranianos foram abatidos sobre o porto de Ust-Luga, na região de Leningrado, mas os destroços atingiram tanques de combustível e causaram explosões no terminal operado pela Novatek.
Imagens divulgadas em canais russos no Telegram mostraram uma grande bola de fogo seguida por uma coluna de fumaça negra. As autoridades locais confirmaram que não houve feridos e que equipes de emergência conseguiram conter o incêndio.
A instalação é considerada estratégica para a Rússia, pois processa condensado de gás em derivados como nafta, óleo diesel e combustível de aviação, exportados principalmente para países da Ásia. O ataque forçou a interrupção temporária de operações em aeroportos da região, incluindo o de Pulkovo, em São Petersburgo.
Os ataques também atingiram uma instalação industrial em Syzran, na região de Samara, onde uma criança ficou ferida. No início do mês, uma refinaria da Rosneft na cidade já havia sido alvo de ofensivas ucranianas. Kiev não comentou oficialmente os ataques, mas reiterou em outras ocasiões que suas ações buscam atingir a infraestrutura militar russa em resposta aos bombardeios contínuos em território ucraniano.