Ucrânia persegue líder pacifista acusado de apoiar a invasão russa

Atualizado em 15 de agosto de 2023 às 21:41
Yurii Sheliazhenko, líder do Movimento Pacifista Ucraniano. Foto: reprodução

Yurii Sheliazhenko é um intelectual, jornalista e ativista pacifista ucraniano e membro do Conselho do Bureau Internacional da Paz (IPB). Ele é o atual secretário executivo do Movimento Pacifista Ucraniano.

Sheliazhenko tem sido preso várias vezes por sua militância. A tensão aumentou em torno dele após uma recente operação conduzida pelos Serviços Especiais Ucranianos. Durante a ação, que envolveu uma busca e apreensão em sua casa, que fez com que autoridades arrombasssem a porta de entrada, documentos, computador e telefone foram apreendidos. Agora, o procurador está solicitando a prisão domiciliar de Yurii e o confisco dos bens encontrados.

Contra ele recaem acusações de “justificar a guerra de agressão russa” e estariam fundamentadas em alguns de seus textos. Estes papéis foram enviados ao gabinete do presidente Zelensky. A principal queixa se relaciona com a postura do Movimento Pacifista Ucraniano contra a obrigatoriedade do alistamento às Forças Armadas. O pacifista rebate, dizendo que suas ações nunca apoiaram a invasão russa.

O foco principal está no texto da “Agenda de Paz para a Ucrânia e para o Mundo” lida pelo ativista em outubro do ano anterior sob a estátua de Gandhi, no jardim botânico de Kiev. Nesse evento, ele expressou o apoio à resolução pacífica do conflito entre Rússia e Ucrânia.

Uma rede internacional de solidariedade tem se mobilizado em defesa do intelectual. A posição tomada pelo bispo Giovanni Ricchiuti, presidente da Pax Christi, na Itália, também destacou o apoio ao líder pacifista: “A paz não é um crime e não pode ser processada”.

Yurii Sheliazhenko, líder do Movimento Pacifista Ucraniano. Foto: reprodução

A incriminação do jornalista poderia abalar a imagem do país, que deseja ser vista como um país europeu moderno e democrático. O advogado Nicola Canestrini comprometeu-se a garantir o respeito aos direitos do acusado, enquanto a Campanha de Objeção à Guerra assume os custos legais necessários para a sua defesa.

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