Ucrânia: várias cidades são alvos de uma série de ataques russos com “número recorde de mísseis”

Atualizado em 29 de dezembro de 2023 às 16:02
Ataque da Rússia a Kiev

Na manhã de sexta-feira, 29, a Rússia lançou uma série de ataques em várias cidades da Ucrânia, incluindo a capital Kiev, utilizando um número sem precedentes de mísseis. De acordo com o Ministro do Interior ucraniano, Ihor Klymenko, comunicado via Telegram, pelo menos trinta pessoas foram mortas e mais de 160 ficaram feridas, embora haja a possibilidade de esse número aumentar.

Os ataques foram direcionados principalmente à capital Kiev e às cidades de Dnipropetrovsk, Kharkiv, Lviv, Zaporizhia e Odessa. “A Rússia usou quase todos os tipos de armas em seu arsenal”, declarou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. O porta-voz da Força Aérea Ucraniana, Yuri Ihnat, descreveu o incidente como “o ataque de mísseis mais massivo” desde o início do conflito, excluindo os primeiros dias da guerra.

A Polônia, membro da OTAN, relatou que um dos mísseis russos disparados contra a Ucrânia entrou brevemente em seu espaço aéreo. Os ataques foram direcionados a “instalações e edifícios civis”, afirmou Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente ucraniano, destacando a necessidade urgente de mais ajuda internacional para combater o terror.

A embaixadora americana na Ucrânia, Bridget Brink, reforçou a necessidade de fundos imediatos para a Ucrânia continuar sua luta. O presidente dos EUA, Joe Biden, pediu ao Congresso que agisse rapidamente após os “bombardeios massivos”. O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, criticou os ataques, enquanto a França condenou a “estratégia de terror” russa.

Após os ataques, o Reino Unido anunciou o envio de cerca de 200 mísseis antiaéreos para a Ucrânia, com um apelo aos aliados para intensificarem seu suporte militar. O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, condenou os “ataques covardes” e prometeu apoio contínuo da União Europeia à Ucrânia. O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, pediu a Moscou que cessasse imediatamente os ataques e respeitasse as leis internacionais de conflito.

A Rússia, em seu briefing diário, afirmou que “atingiu todos os alvos” propostos, alegando ter visado infraestruturas militares e locais de destacamento de soldados ucranianos em mais de cinquenta ataques, incluindo um “grande” no período de 23 a 29 de Dezembro.

Os ataques russos encerraram um ano difícil para a Ucrânia, com o fracasso de sua contraofensiva de verão e a retomada da iniciativa pelas forças de Moscou. A situação é agravada pela diminuição da ajuda ocidental a Kiev, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, colocando o país em risco de escassez de munições e fundos.