UFC rompe intercâmbio com universidade israelense e cita genocídio contra palestinos

Atualizado em 7 de outubro de 2025 às 20:54
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Universidade Federal do Ceará (UFC) – Divulgação

O Conselho Universitário da Universidade Federal do Ceará (UFC) decidiu, na segunda-feira (6), romper o programa de intercâmbio com a Universidade Ben-Gurion, de Israel. A medida foi aprovada após reunião do colegiado e reflete um posicionamento institucional diante da guerra na Faixa de Gaza. Com informações do g1.

Em nota, o Consuni afirmou que a decisão atende a um apelo da comunidade universitária e citou a “grave crise humanitária e o genocídio praticado pelo Estado israelense contra o povo palestino”. O conselho também declarou repúdio às ações israelenses e solidariedade ao povo palestino.

“O Conselho Universitário da UFC repudia veementemente o genocídio em curso, solidariza-se com o Povo Palestino que resiste às agressões, cancela o Acordo para Programa de Intercâmbio e Cooperação Acadêmica com a Universidade Ben-Gurion, manifesta que não mantém quaisquer relações acadêmicas de colaboração com instituições israelenses”, diz o comunicado.

Universidade Ben-Gurion
Universidade Ben-Gurion – Divulgação

Segundo a universidade, o acordo com a instituição israelense havia sido firmado em 2022. Desde então, foram realizadas apenas duas atividades — um curso online e um hackaton remoto —, ambos concluídos em julho de 2023. Não há alunos da UFC em intercâmbio presencial em Israel nem estudantes israelenses na instituição cearense.

O rompimento foi anunciado às vésperas de dois anos dos ataques promovidos pelo grupo Hamas, em 7 de outubro de 2023, que deixaram mais de 1.200 mortos e 251 sequestrados. A decisão também ocorreu durante o processo de deportação da deputada federal e professora licenciada da UFC, Luizianne Lins (PT), detida por Israel após integrar a Flotilha Global Sumud, missão humanitária rumo a Gaza.

Na moção, o Conselho Universitário manifestou solidariedade à parlamentar: “Reconhecemos a trajetória da professora Luizianne, marcada desde o movimento estudantil por uma militância firme em defesa dos direitos humanos, da democracia, da justiça social e da liberdade dos povos”, conclui a nota.

Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.