Um acordo justo entre Bolsonaros e democratas. Por Kakay

“Aperfeiçoa-te na arte de escutar, só quem ouviu o rio pode ouvir o mar.” — Leão de Formosa

Atualizado em 10 de julho de 2025 às 10:53
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao lado de Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro durante a cúpula do G-20 no Japão, em 2019. Foto: Reprodução

Entrei hoje em contato com três grandes políticos ligados ao Bolsonaro — Tarcísio, que cada vez parecem ser um só — e fiz uma proposta, embora não tenha procuração para falar em nome de ninguém.

A questão é simples. Eduardo Bolsonaro continua cometendo crimes em série. Antes, incitava a “invasão” americana no Brasil. Agora, se jacta de ter sido o responsável pela ação de Trump, que impôs o tarifaço de 50%, prejudicando fortemente o Brasil.

Há um movimento forte para pedir a prisão preventiva de Eduardo Bolsonaro. Muitos defendem também a preventiva do próprio Jair Bolsonaro, que já deu dezenas de motivos concretos. Só a conhecida parcimônia e prudência do Dr. Gonet e do ministro Alexandre o mantêm solto. E eu, como advogado criminal que sou — contrário, em regra, à prisão preventiva — apoio a serenidade com que o processo está sendo conduzido.

Minha proposta é simples: os bolsonaristas mantêm Eduardo Bolsonaro lá nos EUA. Alimentam seu relacionamento com os bolsonaristas foragidos da Justiça. Sustentam o grupo de informações para que ele continue se jactando de cometer crimes. E nós não pedimos a prisão dele — nem do pai.

Não parece justo?

Vamos esquecer, só por um momento, e como estratégia, o grande Ulysses Guimarães: “Traidor da Constituição é traidor da pátria.”

Kakay
Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido pela alcunha de Kakay, é um dos maiores advogados criminalistas brasileiros. É também poeta e escritor