Por que Caco de Paula é uma das figuras mais singulares da imprensa

Atualizado em 3 de agosto de 2012 às 19:54
Caco de Paula

Eu conheço um nadador de travessias épicas. Sorry, Michael Phelps, mas não sei se você seria páreo para o Caco de Paula. Ao longo de dez anos, com algumas interrupções, tive o privilégio de tê-lo como chefe. Trabalhamos na Veja São Paulo e depois na coligação Viagem e Turismo/Guia Quatro Rodas. Meu amigo Caco trocou, recentemente, o Marlboro pela natação. Encara 3 mil metros, numa boa, no Rio de Janeiro. Recentemente, foi até as ilhas Cagarras. E voltou. Se você duvida, ele posta tudo no Instagram.

Amigos. Caco entraria em qualquer lista das figuras mais singulares da imprensa. Não só pelo caráter,  pelo talento e pela generosidade. Veste um inconfundível terno preto com gravata fina da mesma cor. O uniforme, diz, é para poupá-lo do esforço de escolher uma roupa diferente a cada manhã. É um bom ouvinte e um conselheiro melhor ainda. Tem 300 ideias por segundo (não se engane: a maioria delas absolutamente pertinentes). Tem — raridade das raridades — a mesma atitude perante chefes e subordinados.  Não é adepto da prática clássica de adulação para cima e  pancadas para baixo. Na verdade, costuma ir na contramão da política corporativa  — se empenha mais nas relações com subordinados  que nas com os chefes. Faz isso sem ser paternalista com os primeiros e nem espezinhar os segundos.

Responsável pelo Planeta Sustentável, movimento da Editora Abril que ele criou praticamente do zero, seu perfil de empreendedor é comparável à capacidade de criar bordões. “Só o cartão de embarque nos salva” é um deles. Outro, mais enigmático, é um enfático “parabéns” conferido à queima roupa a qualquer desavisado que esteja, digamos, saindo do elevador. O interlocutor, confuso, responde: “Por quê?” Ao que João Carlos diz: “Se você não sabe, como eu vou saber?” Ou então a versão curta: “Você não está sabendo?”

Amigos. Fora tudo isso, o principal: é um dos homens mais honrados que eu já conheci. Como diria Frank Sinatra, ninguém vai tirar isso dele. Eu só não sei se, hora dessas, Caco não vai trocar a natação pelas caminhadas peripatéticas. De qualquer maneira, continuará fazendo o que sempre fez: grandes travessias. E eu estarei ao seu lado, para o que der e vier.