Um dia de explicações para os 12 votos do PT. Por Moisés Mendes

Atualizado em 17 de setembro de 2025 às 6:14
Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília. Foto: Divulgação

Foi aprovada a PEC da bandidagem na Câmara dos Deputados. Delinquentes em geral, corruptos, vampiros das emendas e bandidos com mandato no Congresso somente serão investigados e processados se houver autorização dos próprios bandidos e de seus colegas.

No primeiro turno, foram 353 votos a favor e 134 contra o texto principal, além de uma abstenção. No segundo turno, o placar foi de 344 a 133. Eram necessários 308 votos, os dois terços da Casa.

E agora os agravantes: 12 deputados do PT votaram pela PEC que blinda a bandidagem que tem votos para exercer seus banditismos. São eles Airton Faleiro (PA), Alfredinho (SP), Dilvanda Faro (PA), Francisco (PI), Flávio Nogueira (PI), Florentino Neto (PI), Jilmar Tatto (SP), Kiko Celeguim (SP), Leonardo Monteiro (MG), Merlong Solano (PI), Odair Cunha (MG) e Paulo Guedes (MG).

Com mais um a favor da tramoia, teríamos 13, e aí iria virar gozação. No segundo turno, Airton Faleiro e Leonardo Monteiro votaram contra.

Nunca foi tão fácil ser fascista e bandido com mandato, com o conluio da velha direita, do centrão e do direitão e com ajuda de parte das esquerdas.

Teremos nessa quarta-feira um dia inteiro para explicações. Os 12 que aprovaram a PEC no primeiro turno equivalem a quase 18% dos votos da bancada do PT, que tem 67 deputados (51 votaram pela rejeição e quatro sumiram e não apareceram).

A PEC vai para o Senado, onde pode empacar. Mas a porteira está aberta, inclusive para o outro projeto, o da anistia. Tudo pode acontecer, inclusive a ressurreição de Bolsonaro.

Moisés Mendes
Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) - https://www.blogdomoisesmendes.com.br/