Qual o melhor lugar para ser mãe? E para ser pai? E para ser mulher? E para ser imigrante? E para ser desempregado? E para ser estudante?
Bem, o melhor lugar para ser tudo aquilo, e muito mais, como sabem os que acompanham o DCM, é a Escandinávia.
Com seu peculiar sistema que reúne virtudes do capitalismo e do socialismo, a Escandinávia é uma utopia possível.
Não à toa, nas diversas listas feitas hoje sobre o grau de felicidade das pessoas, os escandinavos aparecem invariavelmente na frente.
Bem, com tanto bem estar, com tanta harmonia social, qual o melhor lugar para ser jornalista, um tipo que vive e floresce nas más notícias?
É uma boa pergunta para a jornalista brasileira Claudia Wallin, radicada na Suécia.
Se você está atrás de histórias inspiradoras, e não de tragédias, a Suécia é um dos melhores lugares do mundo para um jornalista.
Basta ver o livro que Claudia lançou recentemente, Um País sem Excelências e Mordomias, da editora Geração.
Nele, Claudia descreve a vida dos homens públicos suecos: políticos, magistrados etc.
É um sistema completamente diferente daquele a que estamos habituados.
Claudia entrevistou, por exemplo, um dos integrantes da Suprema Corte sueca, Goran Lambertz.
“Como todos os juízes e desembargadores da Suécia, Lambertz não tem direito a carro oficial com motorista, nem secretário particular”, conta ela. “Todos pagam do próprio bolso seus custos de moradia.”
Alguma semelhança com nosso Supremo, com os 90 mil reais pagos por Joaquim Barbosa para a reforma dos banheiros de seu apartamento funcional?
“Luxo pago com o dinheiro do contribuinte é imoral e antiético”, diz Lambertz.
No Brasil, nós nos impressionamos com a frugalidade e a simplicidade de Pepe Mujica, presidente do Uruguai.
Na Suécia, e na Escandinávia, os políticos – todos eles — levam uma vida parecida com a de Mujica.
A diferença é que não é por opção pessoal, como acontece com Mujica – mas por imposição de um sistema francamente igualitário.
O livro de Claudia é uma contribuição extraordinária para o debate sobre o país que queremos ser.
A bibliografia sobre a Suécia, e a Escandinávia, é brutalmente pobre no Brasil.
Não há livros, e jornais e revistas brasileiros simplesmente ignoram os escandinavos – um pecado quando a região oferece tantas lições sobre como erigir uma sociedade justa e harmoniosa.
Não à toa, o DCM se bate por um “Brasil escandinavo”.
Você termina de ler o livro e pode ficar deprimido, tantas são as diferenças entre o que existe lá e o que existe aqui.
Mas também pode ficar animado ao descobrir que há uma região do mundo em que igualdade não é apenas uma palavra bonita.