Publicado originalmente em O Tijolaço
Daqui a um mês, o Brasil estará comemorando mais do que a posse de um novo presidente.
A festa não será importante por si mesma, mas pelo estado de espírito que ela pode refletir e transmitir a um país em que, durante anos, o clima era o de dividir e de destruir: o de um Brasil que quer ressurgir, a seu próprio povo e para o mundo, no qual quase deixou de existir e, quando aparecia, era sempre andando na contramão.
A direita e a política tradicional gostam de classificar os governantes como “gestores”, até porque para esta gente o que importa não é a mudança, mas a manutenção das situações injustas e atrasadas.
E, claro, nisso importa-lhes mais quem exercerá os cargos de poder do que como eles serão exercidos.
Deblateram há semanas sobre quem será o ministro da Fazenda e não dão qualquer atenção ao que disse hoje Lula, a sindicalistas que pediam um nome “progressista” para a Fazenda, dizendo que “progressista” era ele, o presidente.
É exatamente isso: se Lula é o fiador de seu programa político é evidente que ele será executado segundo sua orientação e esta é a diferença.
Não conseguem entender que, sem um maestro, uma Nação não progride, mas se divide e, sem harmonia, é incapaz de avançar.
É isso que Lula espera de seus ministros, que ajudem a liberar as energias do país e ajudem a coordená-las.
Forças criativas, forças produtivas, forças políticas, forças sociais.
Porque um governante não tem, em si, a força, ela pertence ao povo, aos segmentos da sociedade e a toda ela, quando se consegue ver como uma unidade, mesmo com suas contradições.
É essa a chance que voltaremos a ter, a oportunidade de que a vida volte a ter sonhos, aqueles desejos que nos mobilizam e nos fazem ir além do que parece ser possível alcançar.
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