Um novo capítulo de nosso folhetim erótico. Por Anônima

Atualizado em 30 de julho de 2016 às 19:39

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No último capítulo, transei com o meu sócio no escritório. (Uma ótima maneira de tornar o ambiente de trabalho mais agradável, garanto).

Eu estou sentada em frente a um cliente, numa reunião massante sobre coisas cansativas – O que diabos ele diria se encomo divórcios ou inventários ou reintegrações de posse. (Eu preferia estar sendo chupada enquanto tragava um malboro vermelho).

Voltemos. Eu estou sentada em frente a um cliente maçante falando sobre coisas massantes e a única coisa que me pode trazer um pouco de humor é a minha calcinha minúscula sob o pé do cliente, a ponto de ser descoberta. Eu a esqueci quando me recompus rapidamente para a reunião.

Aliás, acho que posso dizer a verdade, já que tenho aqui o imenso prazer de não ter um nome: eu deixei-a lá porque quis. Gosto de observar como os homens se comportam – e de constatar que se comportam sempre da mesma enfadonha maneira.

O que diabos ele faria se encontrasse a calcinha? Infartaria, suponho, ao descobrir estupefato que mulheres usam calcinhas. Pior ainda, algumas delas tiram a calcinha no escritório. Chupam o pau do sócio. Abrem as pernas sobre os processos. Pedem que ele goze na boca. Imploram. E, se for preciso, gozam sozinhas. Terminam a lambança e não se vestem.

Um absurdo, Família Tradicional Brasileira!

Era o que eu pensava enquanto o homem de meia idade que usava um terno cafona e uma camisa social com os três primeiros botões abertos movia os pés despretensiosamente perto da minha calcinha. Por alguns segundos, torci intimamente para que a encontrasse.

Olharia para baixo e fingiria que não vira nada; voltaria os olhos para mim tentando disfarçar o espanto, inutilmente; sorriria com certo julgamento interessado; eu sorriria de volta tentando imitar a expressão de uma professora sexy de filme pornô clichê (do tipo que ele provavelmente adora); ele passaria a me tratar como uma presa e eu me comportaria como tal, apenas pelo prazer de vê-lo enganar-se tão pateticamente a uma altura da vida em que já quase não há enganos que não sejam patéticos. Seria divertidíssimo.

Mas ele não encontrou nada, foi embora e ninguém se divertiu. (Às vezes as coisas não transcendem o trivial). E eu, particularmente, precisava me divertir. Engolir o pau do meu sócio me parecia uma boa maneira.

Abaixei-me na frente dele, como a vagabunda que sou, olhei-o de baixo para cima e abocanhei o pau que ainda não estava completamente duro (mas isso é coisa que se resolve, pensei).

Continuei engolindo-o e olhando para cima com cara de sexo. Ele empurrava a minha cabeça para que eu engolisse mais, mordia os lábios e forçava os quadris contra a minha boca, pedia que eu chupasse, um pedido carinhoso, quase humilde. Quanto mais carinhosamente pedia, menos eu queria chupá-lo.

Eu queria carinho, é óbvio, mas não enquanto estivesse com o pau duro dele na minha garganta. Eu queria sentir a lucidez se dissipando, queria a sensação exata de ser uma puta.

Há dois tipos de homem: aqueles que colaboram para que eu seja a puta que quero ser, e aqueles que, por infeliz inabilidade, pedem por um boquete em tom carinhoso.

Chupava-o tentando fazer com que entendesse e, no instante seguinte, ele me afastou pelos cabelos, queria que eu implorasse, um jogo gostoso, é claro que eu imploraria.

Tentava chupá-lo e ele se afastava, parecia decidido em não me deixar engolir até a última gota de porra. Eu não entendia muito, mas insistia. Insisti por um tempo que me pareceu longuíssimo. Estava funcionando: eu sentia que poderia explodir de um tesão desesperado.

– Você quer chupar, puta? – eu sorria, sonsa, e dizia que sim enquanto continuava tentando.

– Vai ter que ser do meu jeito – ele disse, e eu pensei que o jeito dele me parecia um jeito ótimo, ao menos até aquele momento.
[continua]