Uma pesquisa recente realizada pela Quaest revelou que um terço dos brasileiros acredita que as eleições de 2022, nas quais o presidente Lula (PT) saiu vitorioso, foram fraudadas. Os resultados indicam uma tendência preocupante, com 32% da população expressando a crença de que houve irregularidades no último pleito, representando um aumento de três pontos percentuais em comparação com o levantamento de dezembro de 2022.
Embora a maioria ainda mantenha a visão de que as eleições foram limpas e justas, houve uma queda na confiança, de 64% para 60%, destacando uma mudança de percepção na população brasileira.
A pesquisa também analisou a confiança nas eleições por região, observando quedas em todas as áreas, exceto no Centro-Oeste. A região Sul foi a que mais registrou redução na confiança, caindo de 61% para 51%, enquanto a desconfiança aumentou de 33% para 40%.
Outro dado que se destaca é de que a crença em fraude eleitoral avançou mesmo entre os eleitores que escolheram Lula no segundo turno. Essa porcentagem aumentou de 2% para 5%, um movimento significativo além da margem de erro de 2,2 pontos percentuais. Por outro lado, entre os eleitores bolsonaristas, o número daqueles que acreditam em fraude subiu de 63% para 72%.
A pesquisa também mostra que eleitores com níveis mais elevados de escolaridade, incluindo aqueles que frequentaram cursos de ensino superior, são os que mais contribuem para o aumento da desconfiança na lisura eleitoral. A confiança na eleição caiu de 63% para 56% entre esse grupo, enquanto a crença em fraude aumentou de 30% para 37%.
Encomendada pela Genial Investimentos, a pesquisa da Quaest foi conduzida por meio de 2.012 entrevistas presenciais, realizadas entre 14 e 18 de dezembro.
Antes desta pesquisa, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, afirmou recentemente que a “confiança do brasileiro nas urnas eletrônicas nunca se abalou”, apesar dos ataques do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O magistrado afirmou que o “comparecimento maciço do eleitorado” na votação de 2022 é uma prova dessa crença no sistema eleitoral.
“A confiança do brasileiro, da brasileira, nas urnas eletrônicas, nunca se abalou. Nós tivemos, no ano passado, duas ou três pesquisas, de entidades confiáveis, mostrando a confiança para cima de 80% nas urnas eletrônicas. E a maior prova de confiança nas urnas eletrônicas é o comparecimento maciço do eleitorado. Quem não confia não comparece”, afirmou Moraes.