Um trote engenhoso de Haddad revelou ainda mais o caráter do “historiador” Villa e da Pan. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 16 de maio de 2016 às 17:04
Cauby deixa como legado o maior vozeirão da MPB
Cauby deixa como legado o maior vozeirão da MPB

 

O historiador Marco Antonio Villa caiu numa pegadinha épica em seu programa na Jovem Pan, a rádio mais jabazeira e direitista do Brasil.

Villa, como se sabe, tem uma razão de vida: destruir o PT. É o Godzilla do partido. Desmoralizado na academia, sobrevive dos pixulecos na TV Cultura, na Pan e onde mais precisarem de um papagaio mono obsessivo.

Não é de hoje que ele escolheu Fernando Haddad como sua presa favorita. Fala dele diariamente, sempre com os mesmos argumentos, para a mesma torcida indigente.

Uma amiga psicanalista jura que é furor sexual reprimido pelo prefeito de São Paulo. Eu acredito que seja mais simples: sandice, oportunismo e falta total de talento para falar de qualquer outro assunto.

Um dos truques de Villa é ler e comentar a agenda do alcaide. Sensacional. Venhamos e convenhamos: vai além da conta para o interesse de qualquer um. A não ser para um sujeito claramente desequilibrado.

Se a Jovem Pan se prestasse a algo próximo de jornalismo, uma alma na direção já teria feito uma advertência carinhosa ao professor de que aquilo começa a entrar no terreno da saúde mental — inclusive de quem ouve.

Mas o Villa se deu especialmente mal na manhã de segunda, 16. Esfregando as mãozinhas, olhinhos brilhantes, ele acessou o site da prefeitura e ficou passado com o que viu.

“Esse prefeito está destruindo a cidade de São Paulo”, diz. “Hoje, por exemplo, eu como faço todo santo dia fui abrir a agenda. A partir de 8h30, tem despachos internos e o resto tá branco”.

Prossegue enlouquecido: “Branco! Branco! Branco!”, grita. “Não há nada, nada, nada, nada!”

“A gente brinca com tudo. Até com as tragédias. Ele é uma tragédia. É inexplicável. Fernando Haddad é uma desonra para São Paulo”, berra.

Pressentindo o cheiro do mico, deu uma bronca na maldita sub raça: “Prefeito, o pessoal precisa ficar mais esperto. O stalinismo morreu. O Stalin morreu em 1953, não sei se o senhor sabe.”

Finaliza apoplético como o Color dos tempos do famoso supositório: “Pago meu impostos e exijo que o senhor cumpra a lei!”

O próprio Haddad, em sua página no Facebook, explicou. Foi um trote: “Resolvemos substituir, por algumas horas, a minha agenda pela de outro político, apenas para vê-lo comentar, uma vez na vida, o dia-a-dia de quem ele lambe as botas”.

O nome não foi revelado. Há uma lista de políticos de quem o comentarista lambe as botas. Provavelmente se trata de Geraldo Alckmin, de quem Villa é serviçal assumido.

De Michel Temer não é. A do interino diz o seguinte: “Atualmente não existem compromissos agendados.” (Como assim??? BRANCO, BRANCO, BRANCO!!”)

Já a do Villa — não que alguém se importe — tem, em todos os dias do ano, fotos de Haddad saindo do supermercado e, numa garatuja infantil, produzida com canetinha de várias cores, as palavras “kill, kill, kill”.

 

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